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Publicado em 29/06/2025, às 14h51 Gabi Fernandes
O Rio Grande do Norte está entre os 12 estados brasileiros que apresentam incidência elevada e em crescimento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O alerta consta no novo Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com o levantamento, o aumento dos casos, classificados como moderados a muito altos, está ligado à circulação de dois vírus respiratórios: o influenza A e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Em todo o país, já são mais de 56 mil casos confirmados de SRAG.
Além do RN, também estão em alerta os estados de Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pará, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Sergipe.
Apesar de algumas regiões do Centro-Sul (como DF, RJ, SP, SC e ES) e do Norte e Nordeste apresentarem sinais de queda ou estabilização dos casos, o boletim ressalta que a maioria dos estados ainda registra níveis elevados da síndrome, exigindo atenção contínua das autoridades de saúde.
Os casos de SRAG por influenza A continuam aumentando em partes do Norte (Rondônia e Roraima), Nordeste (Alagoas e Paraíba) e Centro-Sul (Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná). Já entre crianças pequenas, os casos provocados pelo VSR seguem em crescimento em boa parte das regiões Sul, Nordeste e Norte, além do Mato Grosso.
Por outro lado, há sinais de desaceleração ou início de queda nos registros de SRAG em algumas regiões do Sudeste, Centro-Oeste e Norte, como Acre, Amapá, Tocantins, Ceará e Pernambuco. Ainda assim, a incidência permanece alta em grande parte desses estados.
A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e coordenadora do InfoGripe, reforça a importância da vacinação contra influenza e de cuidados extras nesta época do ano. “Recomendamos o uso de máscaras em locais fechados ou de grande circulação, além de manter a higiene das mãos e a etiqueta respiratória, como cobrir a boca ao tossir ou espirrar”, orienta.
Tendência nacional e vírus mais presentes
No cenário nacional, os dados indicam tendência de queda nos casos de SRAG tanto no curto (últimos 3 meses) quanto no longo prazo (últimos 6 meses). Essa redução está relacionada à queda dos casos causados por influenza A e VSR em vários estados, embora os números ainda sejam considerados elevados.
Entre as crianças pequenas, o impacto maior das hospitalizações é causado pelo VSR, seguido pelo rinovírus e pelo influenza A. Entre os idosos, os casos continuam aumentando em parte do Norte, Nordeste e Centro-Sul.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, os casos positivos de SRAG foram causados, em sua maioria, por:
45,6% Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
37,5% Influenza A
19,2% Rinovírus
1,6% Sars-CoV-2 (Covid-19)
0,9% Influenza B
Já entre os óbitos registrados no mesmo período, a maior parte também foi causada por influenza A (75,4%), seguida por VSR (13,4%), rinovírus (8,9%), Sars-CoV-2 (3,4%) e influenza B (1,3%).
A atualização considera dados da Semana Epidemiológica 25, correspondente ao período de 15 a 21 de junho.
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