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Publicado em 03/07/2025, às 20h50 BNews Natal
Uma nova molécula chamada amicretina tem despertado atenção no combate à obesidade. Capaz de imitar a ação dos hormônios GLP-1 e amilina, a substância apresentou, em estudo preliminar, um potencial superior ao de medicamentos consagrados como Ozempic e Mounjaro.
A pesquisa, publicada na revista científica The Lancet, apontou que a amicretina reduziu mais de 24% do peso corporal em 36 semanas.
O diferencial da molécula está em combinar, pela primeira vez, mecanismos que ativam simultaneamente os receptores dos dois hormônios. O GLP-1, produzido no intestino, atua no cérebro reduzindo o apetite.
Já a amilina, secretada pelo pâncreas, envia sinais que promovem a saciedade.
A farmacêutica Novo Nordisk, responsável pelo desenvolvimento, conduziu testes com duas formulações da amicretina ao longo de 2024 e início de 2025.
Na versão subcutânea, administrada semanalmente com escalonamento de doses até 60 mg, observou-se redução de 24,3% do peso em 36 semanas. Já a formulação oral, com dose diária de 50 mg, resultou em perda de 10,4% do peso em apenas 12 semanas.
Outros medicamentos utilizados no tratamento da obesidade apresentam índices distintos de eficácia. A semaglutida (Wegovy) proporciona perda média de 17% do peso em 68 semanas.
A tirzepatida (Mounjaro) resulta em média de 20% em 36 semanas. A retratutida apresenta uma média de 24% de redução em 52 semanas.
Com resultados promissores, a Novo Nordisk confirmou que seguirá para a fase 3 de desenvolvimento clínico da amicretina, tanto na versão injetável quanto na oral.
Martin Holst Lange, vice-presidente executivo de Desenvolvimento da empresa, destacou o avanço: “Estamos entusiasmados em seguir para a fase 3 com as formulações subcutânea e oral da amicretina, buscando avaliar seu potencial como opção terapêutica para o controle de peso”.
Ainda segundo a farmacêutica, a molécula apresentou boa tolerabilidade, com perfil de segurança semelhante ao de outros agonistas dos receptores de GLP-1 e amilina.
Os efeitos colaterais relatados foram, em sua maioria, gastrointestinais e de intensidade leve a moderada.
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