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por Ari Alves
Publicado em 01/08/2025, às 20h17
O cantor Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, conhecido como MC Poze do Rodo, vai responder na Justiça por crimes de tortura e extorsão mediante sequestro. A acusação envolve o ex-empresário do artista, Renato Antonio Medeiros, e foi aceita pela Justiça do Rio nesta sexta-feira (1º).
A decisão é do juiz Guilherme Schilling Duarte, titular da 11ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Embora tenha aceitado a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o magistrado optou por não decretar a prisão preventiva dos acusados. Com isso, eles responderão ao processo em liberdade.
Segundo o juiz, a denúncia apresenta indícios suficientes de autoria e materialidade, descrevendo com clareza as circunstâncias do suposto crime. Isso, segundo ele, garante o direito à ampla defesa.
“Verifico que há indícios de materialidade e de autoria delitiva nas figuras dos acusados, e a inicial descreve os fatos criminosos em todas suas circunstâncias, permitindo a completa compreensão da acusação e, consequentemente, o exercício da ampla defesa. Sendo assim, recebo a denúncia”, afirmou o magistrado.
Mais envolvidos no caso
Além de MC Poze, outras seis pessoas viraram rés na mesma ação. São elas: Fábio Gean Ferreira da Silva, conhecido como Loirinho; Leonardo da Silva de Melo, o Leo; Matheus Ferreira de Castilhos, chamado de Tiza; Maurício dos Santos da Silva; Rafael Souza de Andrade, conhecido como Casca; e Richard Matheus da Silva Sophia.
Ainda na mesma decisão, o juiz negou o pedido do Ministério Público para bloquear R$ 300 mil em bens de MC Poze. O valor seria reservado para uma possível indenização por danos morais e materiais a ser paga ao ex-empresário Renato Medeiros, caso os acusados sejam condenados.
A defesa do cantor se manifestou por meio de nota oficial. O advogado Fernando Henrique Cardoso Neves afirmou que confia na inocência de seu cliente e ressaltou que MC Poze sempre cumpriu as determinações judiciais. Para ele, a rejeição da prisão preventiva é uma demonstração disso.
Acusações de tortura
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, os crimes ocorreram em fevereiro de 2023, na casa de MC Poze, em Vargem Grande, zona oeste do Rio. Na ocasião, o ex-empresário teria sido levado ao local para prestar contas sobre o suposto desaparecimento de parte de uma pulseira de ouro.
Mesmo após a devolução da joia, Renato Medeiros teria sido mantido preso por cerca de uma hora e meia. Durante esse período, ele teria sido submetido a espancamentos, queimaduras com cigarros e golpes com uma arma improvisada, feita de madeira e pregos.
Segundo laudos periciais anexados ao processo, as agressões provocaram fraturas, lesões extensas e deixaram deformidades permanentes na vítima.
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