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A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) apresentou nesta quinta-feira (21) um guia com recomendações voltadas ao cuidado com a saúde dentro do ambiente laboral. O material, em formato digital, foi encaminhado a sindicatos, empresas e órgãos públicos, ressaltando a relevância de encontros periódicos com os funcionários. A prática não deve se restringir apenas aos momentos de admissão ou rescisão de contratos.
De acordo com a entidade, em junho, mais de 330 mil brasileiros com 18 anos ou mais solicitaram ao governo federal afastamento das atividades profissionais. Entre esses pedidos, 76% resultaram na concessão de benefícios pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por motivos de doença.
A Anamt avalia que esse quadro se mantém com pequenas variações a cada mês, compondo um ciclo silencioso de forte impacto econômico e social.
Os números revelam que as principais causas de afastamento estão ligadas a lesões por esforço repetitivo, dores lombares e doenças crônicas recorrentes. Logo depois, aparecem transtornos mentais e comportamentais, que também têm crescido de forma significativa.
No comunicado, a associação chama atenção para uma “percepção equivocada” a respeito do papel do médico do trabalho. Segundo a entidade, a atuação não se limita ao diagnóstico de doenças.
A contribuição desse profissional é sobretudo preventiva. Envolve identificar sinais e sintomas em trabalhadores, orientar sobre os cuidados necessários e apoiar empresas na criação de ambientes e práticas que reduzam os riscos de adoecimento.
A publicação reúne orientações que vão desde a importância dos exames ocupacionais — admissional, periódico e de mudança de função — até a necessidade de o trabalhador observar o ambiente e a rotina de trabalho. A proposta é que qualquer problema identificado seja informado ao empregador, considerando riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos, entre outros.
O guia também chama a atenção para fatores aparentemente simples, mas que podem desencadear quadros graves. Entre eles, estão a exposição a variações bruscas de temperatura, ruídos intensos, contato com produtos químicos, levantamento de peso excessivo e movimentos repetitivos, situações que podem gerar lesões na coluna e nos membros.
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