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General afirma que visitou acampamento em frente ao quartel como “cidadão” e não com intenção golpista

General afirma que visitou acampamento golpista como “cidadão” - Reprodução
O general do Exército Mário Fernandes prestou depoimento ao STF, afirmando que sua presença no acampamento foi como cidadão e não com intenções golpistas  |   BNews Natal - Divulgação General afirma que visitou acampamento golpista como “cidadão” - Reprodução

Publicado em 24/07/2025, às 21h02   BNews Natal



O general do Exército Mário Fernandes, um dos réus investigados no processo sobre a tentativa de golpe de Estado, afirmou nesta quinta-feira, 24 de julho, que esteve no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, logo após as eleições de 2022, mas disse ter ido “como cidadão”.

Preso desde novembro do ano passado, Fernandes prestou depoimento por videoconferência ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é um dos acusados do núcleo 2 da ação penal sobre a trama golpista.

Conexão com o acampamento e defesa dos manifestantes

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo ao qual ele pertence teria atuado para tentar manter Jair Bolsonaro no poder de forma ilegítima, mesmo após o resultado das urnas. Fernandes é apontado como uma ponte entre os apoiadores que estavam acampados em frente aos quartéis e o governo Bolsonaro.

Durante a audiência, o general confirmou que esteve algumas vezes no QG do Exército e defendeu os manifestantes que permaneciam no local. Segundo ele, nem todos tinham intenções golpistas.

Declarações em defesa dos atos e das manifestações

“As vezes que eu fui no QG, fui como cidadão, vendo que era importante para o brasileiro apresentar suas demandas sociais e políticas”, declarou. Ele ainda afirmou que considera injusto classificar todos os presentes nos atos de 8 de janeiro como golpistas, argumentando que parte dos manifestantes estava ali apenas por ideais patrióticos.

“Chamar as pessoas que tiveram no 8 de janeiro como golpistas, eu posso até aceitar. Todos eles? Ali foram só alguns. Os que estavam na frente dos quartéis do Exército entraram lá por vários motivos, até mesmo pelo festejo de reunirem patriotas, pessoas vestidas de verde e amarelo para conversarem sobre questões do país”, disse.

Documento polêmico e ligação com o GSI

Ainda durante o interrogatório, Fernandes confirmou que foi o responsável pela criação do arquivo “Punhal Verde e Amarelo”, que, segundo as investigações, continha um plano que mencionava sequestros e homicídios de autoridades, entre elas o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

O general disse que o conteúdo era pessoal, mas admitiu ter mandado imprimir o documento nas dependências do Palácio do Planalto. Alegou que o material era destinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), na época comandado por Augusto Heleno, também réu no processo.

Negativa de ligação direta com Bolsonaro

“O objetivo das seis cópias que mandei imprimir era apresentar ao GSI, que doutrinariamente era responsável pela montagem do gabinete de crise. Não quer dizer a crise que a PGR pensa que é. Poderia ser qualquer outra. Era um assessoramento em apoio, no caso, ao general Heleno, que é um grande amigo, um grande mentor. Não tinha nada a ver com apresentação ao Bolsonaro”, completou.

O militar afirmou que a ordem para impressão foi dada ao seu chefe de gabinete, Reginaldo Vieira de Abreu, e reforçou que o conteúdo não seria levado ao então presidente da República.

Reta final do processo

O interrogatório de Fernandes faz parte das etapas finais da ação penal. A expectativa é de que o julgamento dos acusados do núcleo 2 aconteça no segundo semestre deste ano.

A PGR dividiu a denúncia em quatro núcleos distintos. O primeiro grupo, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, já foi interrogado no mês passado. Essa parte do processo está nas alegações finais e pode ser julgada em setembro.

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