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Uma técnica de estimulação cerebral capaz de reduzir dores crônicas e melhorar a qualidade de vida de pacientes, está no centro das pesquisas do professor Rodrigo Pegado, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O projeto, financiado pela Fundação de Amparo e Promoção da Ciência, Tecnologia e Inovação (Fapern) por meio do edital nº 27/2022 (PDPG – Fapern/Capes), envolve a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) e apresenta resultados já notáveis.
O estudo intitulado “Sessões alternadas de estimulação transcraniana por corrente contínua sobre desfechos clínicos em pacientes em hemodiálise: um ensaio clínico randomizado”, avalia os efeitos da ETCC em pessoas com dores crônicas, especialmente em pacientes submetidos à hemodiálise, mas, também em pacientes com outras patologias, não sanado estas, mas operando como adjuvante para alívio e bem-estar.
Buscamos reduzir a intensidade da dor e melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida dessas pessoas”, explica.
O pesquisador, que é fisioterapeuta e neurocientista, possui formação em estimulação elétrica transcraniana pelo Beth Israel Deaconess Center – Harvard Medical School, nos Estados Unidos.
Até agora, os resultados apontam para uma redução significativa da dor e melhorias importantes em indicadores clínicos. A técnica, segundo Rodrigo, também tem potencial para ajudar em casos de fibromialgia, dismenorreia primária, cistite intersticial e endometriose.
“Há evidências científicas que reforçam sua eficácia como terapia adjuvante”, afirma. Rodrigo lembra ainda que a dor crônica é aquela que persiste por mais de três meses, ultrapassando o tempo habitual de cicatrização e impactando diretamente a rotina e o bem-estar do paciente.
A parceria com a Fapern foi decisiva para o andamento do projeto. “O apoio viabilizou desde a compra de equipamentos até bolsas de pesquisa. Com recursos relativamente modestos, conseguimos realizar estudos rigorosos, formar profissionais qualificados e ampliar o impacto social da ciência no Rio Grande do Norte”, ressalta.
Desde 2021, a Fapern, por meio do Plano de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG-Fapern/Capes), tem investido em pesquisas aplicadas que ofereçam respostas concretas para desafios do estado.
No caso do projeto coordenado por Rodrigo, o investimento integra um conjunto de bolsas e auxílios que somam R$ 362 mil para impulsionar a ciência potiguar e oferecer suporte à grupos vulneráveis.
Doutor em Psicobiologia pela UFRN, com área de concentração em Fisiologia, Rodrigo Pegado é mestre pela mesma instituição e graduado em Fisioterapia pela Universidade Potiguar (2006).
Atualmente, é professor adjunto com dedicação exclusiva no curso de Fisioterapia da UFRN e integra o corpo docente do Mestrado em Ciências da Reabilitação. Atua clinicamente nas áreas de angiologia e reabilitação cardiovascular e conduz pesquisas em neurofisiologia da dor e neuromodulação, buscando estratégias para reduzir a dor, melhorar a funcionalidade e favorecer o bem-estar emocional de diferentes populações.
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