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Os carregadores portáteis, também conhecidos como power banks, estão entre os itens essenciais para os viajantes, já que permitem carregar o celular e outros dispositivos eletrônicos durante os deslocamentos sem a necessidade de plugar o carregador comum na tomada.
No entanto, esses acessórios também estão relacionados ao risco de incêndios em viagens, as baterias de íon-lítio concentram muita energia em um espaço pequeno e em caso de falhas podem explodir, causar graves acidentes e colocar vidas em risco.
A Organização de Aviação Civil Internacional determina que os carregadores portáteis não podem ser guardados na bagagem despachada, e sim na bagagem de mão, para que em caso de superaquecimento ou explosão, a tripulação possa agir imediatamente evitando danos maiores.
De acordo com a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, 81 incidentes relacionados a baterias de lítio no país foram registrados ao longo de 2024. A média é de 1.6 por semana. Foram 593 no total desde o ano de 2006, quando esses casos começaram a ser registrados pela empresa.
O caso mais recente aconteceu dentro da cabine de um avião da KLM em agosto deste ano. O voo partiu de Guarulhos com destino ao aeroporto de Schipol, na Holanda.
O incidente ocorreu quatro horas antes do pouso.
O carregador estava dentro da mochila de um passageiro e os comissários apagaram o fogo com um extintor. A cabine ficou tomada por fumaça, mas ninguém se feriu.
Power bank warning for passengers after fire on Air Busan aircraft bound for Hong Konghttps://t.co/2cxv0Mrwol pic.twitter.com/znZ6psqdKf
— Bien Perez (@BienPerez) January 30, 2025
No Brasil a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), determina que carregadores do tipo power bank só podem ser transportados na bagagem de mão, que foi exatamente o que aconteceu no voo da KLM.
Outra regra da agência é que a bateria deve ter a indicação da capacidade na embalagem, ou corre o risco de não ser permitido levar nem na bagagem de mão.
O engenheiro Lo Kok-keung, professor aposentado da Universidade Politécnica de Hong Kong, recomenda que os passageiros verifiquem os carregadores portáteis, para garantir que estejam em boas condições e evitar trazer os antigos a bordo.
O isolador interno ou fios dentro de powerbanks mais antigos podem desgastar ao longo do tempo, o que pode causar um curto-circuito.
“Se criar um curto-circuito, pode criar uma alta temperatura e queimar os materiais internos e criar um incêndio que possa queimar roupas na bagagem”, disse.
Para estar seguro, o especialista sugere que os passageiros mantenham os power banks em mãos, ao invés de guardá-los. Ele também aconselhou os passageiros a evitar o uso durante um voo e comprar carregadores de marcas confiáveis.
No Brasil, por enquanto só a Emirates proíbe o uso de power banks durante os voos, a medida começa a valer em primeiro de outubro. Pelo mundo, as aéreas que proibiram o uso durante a viagem são: Singapore Airlines, Thai Airways e EVA Air.
Já as empresas Air Busan (do acidente citado acima), South Korean, China Airlines e Cathay Pacific, além de proibirem o uso durante o voo, também pedem que os carregadores portáteis não sejam guardados no compartimento superior.
As demais empresas continuam permitindo que o passageiro leve o carregador portátil na bagagem de mão. Algumas aéreas, tanto em rotas nacionais como em internacionais, possuem tomadas e entradas USB que podem ser utilizadas pelos passageiros para carregar celulares e outros dispositivos.
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