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por José Nilton Jr.
Publicado em 19/09/2025, às 15h56
Todas as crianças brasileiras com idades entre 16 e 30 meses terão de realizar, de forma obrigatória na atenção primária, o teste que poderá identifiar indícios de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A medida faz integra a nova linha de cuidado para o TEA divulgada na última quinta-feira (18) pelo Ministério da Saúde, com foco na detecção precoce e no início imediato das intervenções.
De acordo com a pasta, os estímulos e tratamentos poderão ser iniciados mesmo antes da confirmação do diagnóstico, com o objetivo de ampliar a autonomia e a capacidade de interação social no futuro. “A intervenção precoce é crucial para o desenvolvimento”, destacou o ministério em comunicado.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, essa é a primeira vez que o governo federal estabelece uma linha de cuidado específica para o TEA. Para ele, a iniciativa representa “uma ferramenta poderosa e abrangente” que permitirá acelerar diagnósticos e garantir cuidados mais efetivos.
O exame utilizado será o M-Chat, questionário capaz de apontar sinais de autismo ainda nos primeiros anos de vida. Ele já está disponível na Caderneta Digital da Criança e no prontuário eletrônico E-SUS.
As diretrizes preveem que os profissionais de saúde encaminhem as famílias e ofereçam orientações específicas de acordo com os resultados do teste. As terapias recomendadas fazem parte da versão atualizada do Guia de Intervenção Precoce, que entra em consulta pública a partir de hoje.
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Além disso, o Projeto Terapêutico Singular (PTS) será fortalecido, garantindo planos individualizados de tratamento elaborados por equipes multiprofissionais em conjunto com os familiares.
A linha de cuidado também prioriza o acolhimento e a participação das famílias no processo. Estão previstas ações de orientação, criação de grupos de apoio e capacitação de profissionais de atenção primária para favorecer práticas no ambiente doméstico.
O ministério anunciou ainda a articulação para implantar no Brasil o programa de treinamento de habilidades para cuidadores da Organização Mundial da Saúde (OMS), voltado a familiares de crianças com TEA ou com atraso no desenvolvimento.
Atualmente, estima-se que 1% da população brasileira conviva com o transtorno. Dados do IBGE indicam que 71% dessas pessoas também apresentam outras deficiências, reforçando a necessidade de uma atuação integrada pelo Sistema Único de Saúde.
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