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Cirurgia estética nos olhos viraliza, mas pode custar a visão

Cirurgia estética nos olhos viraliza, mas pode custar a visão - Reprodução
Influenciadoras geram polêmica ao divulgar ceratopigmentação, levando o CBO a emitir alerta sobre os riscos do procedimento  |   BNews Natal - Divulgação Cirurgia estética nos olhos viraliza, mas pode custar a visão - Reprodução

Publicado em 30/06/2025, às 19h27   BNews Natal



Um procedimento de alto risco, com resultados irreversíveis, a cirurgia que altera a cor dos olhos por meio da pigmentação da córnea deve ser realizada apenas em casos muito específicos.

A técnica é indicada exclusivamente para pacientes com cegueira permanente ou visão extremamente comprometida, com o objetivo de melhorar a aparência dos olhos em situações de deformidade.

O alerta foi emitido pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) após a influenciadora Andressa Urach e a apresentadora Maya Massafera se submeterem à chamada ceratopigmentação. Ambas divulgaram imagens nas redes sociais exibindo a nova cor dos olhos.

Segundo o CBO, muitos brasileiros estão sendo impactados nas redes sociais por relatos de pessoas que realizam esse tipo de procedimento, também conhecido como “tatuagem da córnea”, com finalidades puramente estéticas.

O conselho destacou, em nota oficial, que a ceratopigmentação não é reconhecida como uma prática segura para olhos saudáveis. A intervenção pode causar complicações graves, incluindo perda severa da visão.

De acordo com o documento, a técnica deve ser utilizada apenas dentro de protocolos clínicos bem definidos, com fins reconstrutivos e foco no bem-estar psicossocial de pessoas com deficiência visual permanente.

O uso com finalidade exclusivamente estética não é recomendado.

Entre os riscos estão infecções e inflamações de difícil controle. Além disso, como a alteração da córnea é irreversível, o procedimento pode dificultar a realização de exames internos do olho e interferir em futuras cirurgias, como a de catarata.

O uso inadequado da ceratopigmentação pode causar lesões persistentes na córnea, que em alguns casos evoluem para perfuração ocular.

Também há risco de infecções graves, incluindo as que atingem o interior do olho, inflamações como uveítes e aumento da pressão intraocular.

Pacientes que já passaram pelo procedimento relatam sintomas como dor, ardência, sensação de areia nos olhos, fotofobia e lacrimejamento contínuo. Em muitos casos, essas complicações resultam em perda parcial ou total da visão.

A ceratopigmentação consiste na aplicação de micropigmentos coloridos nas camadas internas da córnea com o objetivo de modificar sua coloração.

Segundo o CBO, essa técnica é voltada principalmente ao tratamento de manchas brancas que atingem olhos de pacientes cegos.

Nesses casos, trata-se de uma cirurgia reparadora para corrigir deformidades visíveis. O CBO ressalta, no entanto, que é essencial investigar a origem dessas manchas e avaliar se há possibilidade de restaurar a visão, por exemplo, com um transplante de córnea.

A entidade enfatiza que o procedimento não deve ser considerado uma alternativa estética comum. Ele só deve ser cogitado quando outras opções, como o uso de lentes coloridas ou próteses, não se mostrarem eficazes.

A recomendação é clara: apenas médicos oftalmologistas têm a prerrogativa de prescrever e realizar esse tipo de cirurgia. A decisão deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa da condição ocular do paciente, com indicação personalizada.

Diante dos riscos envolvidos, o CBO e a Sociedade Brasileira de Córnea reforçam que qualquer intervenção nos olhos deve ser conduzida exclusivamente sob orientação médica especializada.

Procedimentos invasivos como a ceratopigmentação não devem ser tratados como alternativas simples ou seguras para fins estéticos.

Classificação Indicativa: Livre

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