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Publicado em 11/06/2025, às 10h47 Redação
Na noite da última segunda-feira (9), membros do conselho do ABC se reuniram com o presidente em um encontro que tinha como objetivo esclarecer os termos do contrato. No entanto, de acordo com o jornal Tribuna do Norte, o presidente não apresentou o documento e declarou que o valor recebido – cerca de R$ 1 milhão – foi utilizado para quitar parte da folha salarial do elenco e de funcionários administrativos.
Além de questionar a assinatura sem o conhecimento do CD, o órgão não concordaria com uma cláusula do documento, na qual a empresa teria uma preferência na compra de quase 3,8 hectares das terras do ABC – equivalente a metade de uma das glebas do terreno.
“Isso não pode ser feito sem anuência do conselho deliberativo, houve inúmeras discussões sobre o tema, todo mundo foi contra. Os conselheiros estão se agrupando para ver o que podem fazer. Ninguém sabia que o ABC ia botar em leilão essa área”, afirmou o conselheiro da comissão de patrimônio do clube, Wilson Cardoso.
Segundo o estatuto social do clube, especificamente o artigo 35, inciso cinco, é de competência do Conselho Deliberativo: “autorizar a alienação ou oneração real de bens imóveis integrantes do patrimônio da associação, desde que aprovada por, no mínimo, 2/3 dos seus membros”. A expectativa era que o contrato fosse apresentado pelo presidente na noite dessa terça-feira (10), o que não ocorreu.
Proposta
No documento, é revelado que a ideia é construir uma rua interna que dá acesso a um condomínio que está sendo construído na parte que fica atrás do Estádio Frasqueirão. O conselho critica essa obra porque esse tipo abertura no meio do terreno acaba desvalorizando o valor total do imóvel. As informações são do jornal Tribuna do Norte.
O conselheiro e advogado Roberto Furtado também questiona o fato de que o Alvinegro está em Recuperação Judicial e não poderia, em tese, realizar tal tipo de negociação sem comunicação ao Tribunal. “Vamos esperar para ver o que ocorreu e definir o que acontecerá. O certo é que esse documento existe e não tivemos acesso”, comentou.
Em nota oficial, o ABC negou qualquer venda do imóvel do clube sem autorização do Conselho Deliberativo. “Não houve alienação de qualquer parte do patrimônio. Trata-se de uma intenção de negócio por parte de uma incorporadora, instrumento que não transfere a propriedade, nem a posse do imóvel, tampouco gera obrigação de venda”.
A nota continua: “É sabido que a alienação de qualquer área pertencente ao clube, dependerá de autorização expressa e formal do Conselho Deliberativo, conforme determina o Estatuto Social. A intenção prevê a possível construção, por conta de terceiros, de uma rua interna, que atenderá prioritariamente ao próprio Clube, conforme exigências técnicas e urbanísticas”. A nota finaliza explicando sobre a possível obra e reafirmando a legalidade de todos os atos da coreção.
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