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Publicado em 26/05/2025, às 13h57 Redação
“Oxente”, “galado”, “forró” e “gringo”. Aqui estão quatro palavras que todo nordestino conhece bem. Mas, é verdade que elas surgiram na capital potiguar, mais precisamente durante a presença americana na Segunda Guerra Mundial (1939-1945)? Não se sabe ao certo. Há versões contrárias, e até mesmo históricas, de que as expressões nasceram mundo afora.
Verdade ou não, abaixo o BNews Natal listou as explicações mais criativas encontradas na internet, que indicam a influência norte-americana na origem das palavras, e as versões ditas oficiais para cada uma.
Oxente
Na internet, até se encontra a tese de que a palavra é uma derivação de um palavrão que se tem origem no vocabulário inglês: "oh shit", que significa merd..." (em tradução livre), e que teria chegado com os militares norte-americanos durante a presença das bases aliadas instaladas em Natal e Parnamirim durante a Segunda Grande Guerra Mundial.
Já o linguista português Fernando Venâncio, argumenta que a verdadeira origem está na Galícia. A palavra “xente” (gente) é uma palavra típica do galego, e o uso do fonema “X” em lugar dos sons de “G” e “J” é uma característica marcante dessa língua.
Galado
Na internet também é possível achar que a expressão "galado" surgiu no Rio Grande do Norte, justamente durante a II Guerra Mundial. Os potiguares, ao verem os soldados americanos, muitos deles trajando ternos de gala para irem aos antigos cabarés, passaram a chamá-los de galados devido à elegância da sua roupa, ou seja, dos ternos de gala. A palavra seria, portanto, uma forma de gíria potiguar para designar alguém que se veste de forma elegante, como se estivesse de terno de gala.
Já em português de Portugal, "galado" refere-se a algo que foi fecundado, especialmente no contexto de ovos de galinha.
Forró
O termo "forró", segundo o filólogo pernambucano Evanildo Bechara, é uma redução de forrobodó, que por sua vez é uma variante do antigo vocábulo galego-português forbodó, corruptela do francês faux-bourdon, que teria a conotação de desentoação. O elo semântico entre forbodó e forrobodó tem origem, segundo Fermín Bouza-Brey, na região noroeste da Península Ibérica (Galiza e norte de Portugal), onde "a gente dança a golpe de bumbo, com pontos monorrítmicos monótonos desse baile que se chama forbodó".
Já em Natal, a explicação é unânime: nasceu das festas realizadas pelos soldados americanos, em Natal, que penduravam faixas escritas "for all" (para todos), para dizer que as festas eram abertas ao público nativo.
Porém, apesar da versão bem-humorada, não há nenhuma sustentação para tal etimologia do termo. Em 1912, estreara a peça teatral "Forrobodó", escrita por Carlos Bettencourt (1890-1941) e Luís Peixoto (1889-1973), musicada por Chiquinha Gonzaga, e em 1937, cinco anos antes da instalação das bases militar em território potiguar, a palavra "forró" já se encontrava registrada na história musical na gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e Xerém.
Gringo
O termo "gringo" tem uma origem etimológica complexa e controvertida, com diferentes teorias sobre sua origem. A versão mais aceita aponta para o espanhol "griego" (grego), associado a expressões como "isto é grego para mim", indicando algo incompreensível ou de uma língua estrangeira. Essa associação teria se dado por extensão, referindo-se inicialmente a línguas incompreensíveis e depois aos estrangeiros que as falavam.
Outras teorias populares, embora menos aceitas, falam que durante a Guerra Mexicano-Americana, soldados americanos cantavam músicas que começavam com "Green grow...", como "Green Grow the Rushes", o que teria sido adaptado por mexicanos como "gringo". Os uniformes verdes dos soldados americanos teriam gerado a exclamação "Green, go!", que seria a origem da palavra.
Porém, os natalenses preferem outra explicação: Durante a presença dos soldados norte-americanos em Natal, era comum o deslocamento dos militares de Parnamirim para Natal via linha férrea. Na estação, na Ribeira, via-se uma placa vermelha escrita “red, stop!”, que mandava o trem parar. E, quando o trem partia, carregado de soldados, a placa anunciava “Green, go!”. Ou seja, “verde, vai”! Então, os moradores locais teriam associado a expressão “green, go” toda vez que se viam muitos estrangeiros juntos: “lá vão os gringos!”
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