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A Itália vive uma das maiores crises de mão de obra na saúde e tem voltado os olhos para o Brasil na tentativa de suprir a carência de médicos, enfermeiros e técnicos.
Hospitais públicos e privados oferecem salários que podem chegar a R$ 45 mil, além de passagem aérea, moradia subsidiada e cursos de idioma para facilitar a mudança.
Decreto abre caminho para estrangeiros atuarem mais rápido
O impulso veio após a aprovação do Decreto Milleproroghe, que flexibilizou as regras e permite que profissionais estrangeiros iniciem a prática médica mesmo antes da equivalência completa dos diplomas.
A medida acelerou a contratação e abriu uma janela rara para quem sonha em unir carreira e experiência internacional.
Segundo Talita Dal Lago Fermanian, presidente da Câmara de Comércio Itália–Brasil, trata-se de um momento único:
A Itália precisa com urgência desses profissionais. Os brasileiros são muito valorizados pela qualidade da formação e pela humanização no atendimento.”
Quanto paga cada função
Os salários oferecidos variam de acordo com a especialização e a área de atuação:
Técnicos de enfermagem: de €1.400 a €1.800 (R$ 9 mil a R$ 12 mil);
Enfermeiros: a partir de €1.800, podendo superar €3.200 com especializações;
Médicos: média inicial de €4.000, chegando a €7.000 (R$ 45 mil) em áreas específicas.
Além disso, muitas instituições oferecem apoio à mudança, com moradia subsidiada, passagens e cursos de italiano.
Vantagem extra: cidadania italiana
Brasileiros com ascendência italiana têm ainda mais um atrativo: após dois anos de trabalho na área da saúde na Itália, é possível solicitar a cidadania, transformando a oportunidade em um projeto de vida definitivo na Europa.
Onde estão as vagas
As oportunidades estão distribuídas por todo o território italiano, incluindo hospitais, clínicas de geriatria, casas de repouso, centros de saúde comunitários e até projetos humanitários.
Para participar, é necessário organizar documentação acadêmica traduzida para o italiano, com Apostila de Haia e Declaração de Valor. O conhecimento do idioma é essencial — embora alguns hospitais ofereçam cursos, especialistas recomendam iniciar os estudos ainda no Brasil.
Caminho burocrático e desafios
Após receber a oferta formal, o candidato deve solicitar o visto de trabalho no consulado italiano. Já em território europeu, é obrigatório pedir o permesso di soggiorno (autorização de residência) e registrar-se nos conselhos de classe: Ordine dei Medici para médicos e Ordine degli Infermieri para enfermeiros.
Apesar dos incentivos, os trâmites ainda representam um desafio. Em 2023, dos 130 mil vistos liberados pelo governo, pouco mais da metade foi aprovada; apenas 13% viraram contratos e somente 7,5% resultaram em residência regularizada.
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