Cidades

RN sedia evento preparatório para COP 30 com foco na Caatinga

Foto: Joana Lima/Assecom
Evento em Natal discute estratégias para defesa da Caatinga e combate à desertificação, preparando-se para a COP 30 em Belém  |   BNews Natal - Divulgação Foto: Joana Lima/Assecom

Publicado em 18/06/2025, às 10h18   Redação



Com foco nas ações para defesa da Caatinga e de combate à desertificação, a governadora Fátima Bezerra participou nesta terça-feira (17), em Natal, de seminário preparatório para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que acontece no mês de novembro, em Belém (Pará).

O evento, que aconteceu na sede do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), foi voltado para profissionais e estudantes da área ambiental, além de representantes de ONGs e órgãos governamentais.

O encontro tratou da problemática da desertificação no Semiárido potiguar, além de debater estratégias de mitigação dos impactos ambientais. O seminário foi organizado pela superintendência regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A governadora Fátima Bezerra (PT) ressaltou a importância da discussão relacionada com a preservação da Caatinga, segundo ela, uma política presente desde o início da gestão. Fátima destacou que o bioma se configura como um dos mais eficientes do mundo em captura de carbono atmosférico, sendo uma “importante ferramenta para a descarbonização do planeta”.

A chefe do executivo também pediu celeridade na criação do Fundo de Financiamento em Defesa da Caatinga, cujo texto foi aprovado na semana passada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. A proposta é que o fundo seja destinado ao financiamento de medidas como a recuperação de áreas degradadas, conservação de solo e água.

“A Caatinga não é um bioma qualquer: é o único bioma exclusivamente brasileiro. Ela tem um papel fundamental no equilíbrio climático. E para que a gente possa conter o desmatamento, recuperá-la e preservá-la, tornam-se necessários recursos financeiros, daí a importância do Fundo de Financiamento”, disse a governadora.

Metas para 2030

Um dos pontos centrais do seminário em Natal foi a discussão sobre zerar o desmatamento em todos os biomas brasileiros até 2030. Segundo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), houve aumento de 52% nas áreas no Brasil.

O superintendente do Ibama no Rio Grande do Norte, Rivaldo Fernandes, detalhou o que o Estado pretende levar para a COP30, no Pará. Ele cita que uma região do Seridó potiguar – entre os municípios de Acari, Carnaúba dos Dantas, Cruzeta, Currais Novos, Equador e Parelhas – com grau elevado de desertificação.

“Queremos chamar a atenção para a questão de que o semiárido pode virar um deserto, porque nós já temos uma área aqui, no Seridó, com o nível 3. O nível 3 é o último, é quando o solo está bastante castigado, e isso, combinado com um clima árido, então pode passar o mais rápido possível para um deserto”, aludiu Fernandes.

Ao término do evento, houve a proposição de uma carta a ser enviada à COP-30. O documento pedirá que o semiárido nordestino também seja colocado como prioridade nas discussões ambientais. O projeto é visto como uma forma de dar visibilidade à Caatinga, que tem papel central no equilíbrio climático e na biodiversidade.

O diretor do IDEMA, Werner Farkatt, explicou que a Caatinga é vista como um bioma que carrega conhecimentos e patrimônio genético. Ele pontuou que o seminário busca fortalecer a articulação entre diferentes setores da sociedade para o enfrentamento da degradação do bioma. “Nós precisamos ter essa consciência de que nossos espaços estão mudando e as pessoas que ocupam esses espaços precisam ter qualidade de vida, ter toda essa relação com o ambiente como um todo”, encerrou.

O seminário contou com a presença do secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Hugo Fonseca; do superintendente do Ibama Ceará, Deodato Ramalho, que representou o Ibama Nacional; do deputado federal Fernando Mineiro; do deputado estadual Hermano Morais; do vereador Pedro Henrique; do ex-senador Jean Paul Prates; do diretor da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Etelvino Patrício; além de gestores públicos, cientistas e ativistas ambientais.

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