Cidades
O Brasil registrou 44.127 homicídios em 2024, uma queda de 5,4% em relação ao ano anterior, mas a violência continua concentrada no Nordeste, onde cidades como Maranguape e Jequié figuram entre as mais perigosas do país.
O Rio Grande do Norte, por outro lado, apresenta avanços significativos na redução da criminalidade, com diminuições em assaltos, roubos e homicídios, sem que nenhuma de suas cidades esteja entre as mais violentas do Brasil.
As estatísticas mostram uma queda de 32,5% nos roubos de veículos e de 27% nos assaltos a ônibus em Natal, indicando um progresso contínuo no combate ao crime, conforme os dados da Secretaria de Segurança Pública do estado.
O Brasil registrou 44.127 homicídios em 2024 — uma redução de 5,4% em relação ao ano anterior, segundo a 19ª Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025.
Apesar da leve queda, o relatório aponta uma concentração alarmante da violência no Nordeste, onde cidades baianas e cearenses ocupam quase todas as posições entre as mais perigosas do país.
Neste cenário, o Rio Grande do Norte, de acordo com dados oficiais do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Segurança Pública, apresenta avanços nas reduções gerais de criminalidade, seja em assaltos, roubos ou homicídios.
No ranking elaborado com informações coletadas pela pesquisa do Anuário de 2025, nenhuma cidade do Rio Grande do Norte aparece entre as mais violentas e perigosas. A pesquisa, elaborada por especialistas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), utiliza dados de órgãos oficiais, como polícias estaduais, Tesouro Nacional e secretarias de segurança, para calcular a taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) por 100 mil habitantes.
Ranking das 10 cidades mais perigosas do Brasil em 2025:
Maranguape (CE) — 79,9
Jequié (BA) — 77,6
Juazeiro (BA) — 76,2
Camaçari (BA) — 74,8
Cabo de Santo Agostinho (PE) — 73,3
São Lourenço da Mata (PE) — 73,0
Simões Filho (BA) — 71,4
Caucaia (CE) — 68,7
Maracanaú (CE) — 68,5
Feira de Santana (BA) — 65,2
Maranguape (CE) — a mais violenta do país
Com um aumento de 11,5% nas mortes violentas, Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza, tornou-se a cidade mais perigosa do Brasil em 2025. O avanço está ligado à disputa entre facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Guardiões do Estado (GDE), que brigam pelo controle do tráfico local.
Especialistas apontam ainda a migração de criminosos da capital cearense para cidades menores como fator decisivo no aumento da criminalidade.
Jequié (BA) — violência policial em evidência
A cidade baiana subiu para o segundo lugar com 77,6 homicídios por 100 mil habitantes. Em Jequié, a violência é agravada pela alta letalidade policial: uma em cada três mortes registradas tem participação de agentes de segurança, segundo o estudo.
As forças locais justificam os confrontos como resposta à atuação de facções como Comando Vermelho e PCC, mas a proporção de mortes é maior que em outras cidades com o mesmo tipo de conflito.
Juazeiro (BA) — interior tomado por facções
Com cerca de 250 mil habitantes, Juazeiro enfrenta o avanço de grupos criminosos do interior, como o Bonde dos Malucos e sua dissidência, a “Honda”. O município, distante mais de 500 km da capital baiana, viu um crescimento de 9,6% nas mortes violentas em um ano.
Camaçari (BA) — leve melhora, mas ainda alarmante
Antes em segundo lugar, Camaçari caiu para a quarta posição após reduzir em 12,2% o número de homicídios. Mesmo assim, a taxa permanece alta, com 74,8 mortes por 100 mil habitantes, revelando que o avanço da criminalidade ainda preocupa na região metropolitana de Salvador.
Cabo de Santo Agostinho (PE) — território disputado
O município pernambucano figura entre os cinco mais violentos do Brasil, impulsionado por guerras de facções pelo controle do tráfico. A presença do grupo Comando Litoral, antigo Trem Bala, fez os homicídios crescerem 16,1% em um ano.
São Lourenço da Mata (PE) — crescimento expressivo da violência
Com um aumento de 24,6% na taxa de homicídios, São Lourenço da Mata, na Grande Recife, sofre com a ausência de políticas públicas e investimentos em infraestrutura. Moradores denunciam a falta de segurança, creches, escolas e hospitais.
Simões Filho (BA) — o conflito chega às ruas
Com cerca de 120 mil habitantes, Simões Filho integra a lista pela primeira vez. As disputas entre Bonde dos Malucos e Comando Vermelho transformaram a cidade em palco de execuções e confrontos armados.
Caucaia (CE) — efeito colateral da capital
Vizinha de Maranguape e parte da Grande Fortaleza, Caucaia registrou alta de 8,9% nas mortes em 2024. Três facções dividem o território: GDE, Comando Vermelho e Tudo Neutros (ou Massa), resultando em frequentes confrontos e execuções.
Maracanaú (CE) — histórico de violência
Com 68,5 homicídios por 100 mil habitantes, Maracanaú sofre há anos com guerras entre facções. Embora os números atuais sejam menores que os de 2017 — quando chegou a 145,7 assassinatos por 100 mil —, a cidade ainda enfrenta forte insegurança e perda de qualidade de vida.
Feira de Santana (BA) — melhora discreta, mas persistente
Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia, caiu da 6ª para a 10ª posição após uma redução de 6,5% nas mortes violentas. Apesar do avanço, a taxa de 65,2 por 100 mil habitantes ainda é considerada muito alta.
E o Rio e Fortaleza?
Apesar da fama, o Rio de Janeiro não aparece entre as 20 cidades mais violentas do país em 2025 — embora tenha registrado aumento de 6% nas mortes violentas.
Já Fortaleza figura como a 6ª capital mais violenta do Brasil, e suas cidades metropolitanas concentram boa parte das estatísticas mais graves.
Estados com maiores índices de violência
O estudo do FBSP mostra que o Nordeste (33,8) e o Norte (27,7) lideram o ranking nacional de mortes violentas, superando a média brasileira.
A falta de investimento em segurança pública, a atuação de facções e a desigualdade social são apontadas como causas centrais da escalada da violência nessas regiões.
Confira o ranking dos estados mais violentos de acordo com o estudo:
Amapá
Bahia
Ceará
Pernambuco
Alagoas
Maranhão
Mato Grosso
Pará
Amazonas
Rondônia
Paraíba
12 - Rio Grande do Norte
Espírito Santo
Sergipe
Rio de Janeiro
Acre
Piauí
Tocantins
Goiás
Mato Grosso do Sul
Cenário no Rio Grande do Norte
Os últimos levantamentos realizados pela Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED) mostram que o Rio Grande do Norte avança no combate aos crimes.
Foram apuradas estatísticas em situações como roubo de veículos, assaltos em via pública, em ônibus e estabelecimentos comerciais, por exemplo.
Após a consolidação, a COINE compartilha as informações com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e com o Ministério Público Estadual (MPRN).
Roubos de veículos têm queda de 32,5% no RN
Os crimes de roubos e furtos de veículos estão em queda no Rio Grande do Norte. Entre janeiro e agosto de 2024 foram registrados 1.928 roubos e 1.504 furtos.
Em 2025, no mesmo período, foram 1.301 roubos e 1.451 furtos, o que representa uma redução de 32,5% e de 3,5% respectivamente.
Assaltos a ônibus têm queda de 27% em Natal
Os assaltos a ônibus também estão diminuindo no estado. Entre janeiro e agosto de 2024, foram registrados 100 crimes desta natureza dentro do sistema de transporte público. Em 2025, no mesmo período, foram 73 ocorrências em Natal, ou seja, queda de 27%.
Via pública
A redução da criminalidade também é notória na quantidade de assaltos em via pública. No Rio Grande do Norte, entre janeiro e agosto de 2024, foram registrados 5.674 crimes desta natureza.
Em 2025, no mesmo período, foram 3.759 ocorrências, o que representa uma redução de 33,8%.
RN: série histórica de roubos em via pública (1º semestre)
− 2020: 7.032
− 2021: 5.892
− 2022: 5.191
− 2023: 4.570
− 2024: 4.220
− 2025: 2.840
Residências
Os roubos a residências no estado também caíram. Diminuíram de 596 crimes registrados em 2024 para 383 ocorrências em 2025, ou seja, queda de 35,7%.
Roubos a estabelecimentos comerciais diminuem 34% no RN
Os roubos a estabelecimentos comerciais no Rio Grande do Norte diminuíram de 412 casos registrados em 2024 para 269 ocorrências em 2025, o que representa uma diminuição de 34,71%.
É o que revela a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED), ao divulgar nesta quinta-feira (3) um levantamento que compara os crimes ocorridos ao longo do primeiro semestre do ano passado com os seis primeiros meses deste ano.
Levando-se em consideração a série histórica para crimes desta natureza, iniciada em 2020, o período com mais roubos a lojas aconteceu no primeiro semestre de 2021, quando 955 pontos comerciais sofreram assaltos no estado. Neste recorte, a redução da criminalidade foi ainda maior: - 71,83%.
Abaixo, veja o total de crimes contra estabelecimentos comerciais ocorridos no RN desde 2020, quando se iniciou a série histórica. O comparativo traz as ocorrências registradas nos seis primeiros meses de cada ano.
RN: série histórica de roubos a estabelecimentos comerciais (1º semestre)
− 2020: 515
− 2021: 955
− 2022: 689
− 2023: 497
− 2024: 412
− 2025: 269
Classificação Indicativa: Livre