Cidades
Publicado em 08/07/2025, às 08h46 Dani Oliveira
Mesmo com promessas de obras estruturantes, 67 municípios do Rio Grande do Norte ainda precisam dos carros-pipa para abastecimento de água. Segundo a Defesa Civil do Estado, mais de 79 mil potiguares são atendidos por 212 veículos contratados.
Atualmente, os reservatórios do estado operam com 48% da capacidade total, de acordo com o Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn). A situação se agrava em regiões como o Seridó, que registra apenas 17% de volume acumulado, a pior média hídrica do estado.
A partir de agosto
Parte do problema poderá ser amenizada com o início da chegada das águas da transposição do Rio São Francisco. O RN receberá três metros cúbicos por segundo, sem custos, por três anos. A água será destinada à Barragem de Oiticica, que atualmente acumula 103,3 milhões de metros cúbicos — apenas 13,92% de sua capacidade total (742,6 milhões).
A barragem inaugurada em março
Recebeu investimento de R$ 893 milhões, sendo R$ 161 milhões via PAC. “A trilha do desenvolvimento, ela passa pelo caminho das águas. As ações que nós estamos tomando agora, elas são absolutamente fundamentais para que a vida lá no nosso interior continue fluindo de forma livre”, afirmou o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Paulo Varella.
Além da transposição, o governo estadual executa um programa de recuperação de barragens com R$ 18,2 milhões em investimentos. Das 68 estruturas sob responsabilidade do Estado, 28 já foram contratadas e 15 estão em obras, com previsão de conclusão até o fim de julho. “É feito o barramento, as partes esburacadas que inclusive são risco de segurança, além de deixar as paredes novinhas e ajeitar as comportas”, explicou Varella.
Adutoras paradas
Entre 2019 e 2025, foram projetados 1.289 km de adutoras, mas só 159,3 km foram entregues. Outros 274 km estão em licitação e 856 km em obras. Enquanto isso, 11 reservatórios potiguares operam com menos de 10% da capacidade. Entre os mais críticos estão Passagem das Traíras (0,03%), Itans (0,43%) e Mundo Novo (2,39%).
Obras em andamento
No Seridó, o Projeto Seridó Norte está em execução com R$ 300 milhões do Novo PAC. Ele capta água da barragem Armando Ribeiro Gonçalves e distribuirá para cidades da região, com entrega prevista entre o fim de 2025 e o início de 2026.
Já a Adutora do Agreste, com orçamento de R$ 468 milhões nas duas primeiras fases, começa em agosto. A expectativa do governo é concluir a primeira etapa até junho de 2026. Ao final, o sistema deve beneficiar 38 municípios e 510 mil pessoas.
Poços e dessalinização
Outra frente de atuação é a perfuração de poços — 500 até abril de 2026, com 53 já concluídos. Também estão sendo implantados dessalinizadores, voltados a regiões com água subterrânea salinizada.
“Nós temos duas metas a serem atendidas: que não falte água para nenhuma pessoa; dois, que a gente possa levar água para outra dimensão, do desenvolvimento e da produção. Portanto, manter o rebanho funcionando, já que a parte agrícola em si é mais difícil de manter”, disse Paulo Varella.
Chuvas abaixo da média
Segundo a Emparn, choveu em todas as regiões do estado entre março e maio, mas em volume abaixo do esperado. A previsão era de 382 mm no trimestre, mas foram registrados apenas 252 mm — uma queda de 42% em relação ao mesmo período de 2024, quando choveu 440 mm.
Classificação Indicativa: Livre