Cidades
A companhia aérea teria obrigado a viajante a dividir quarto de hotel com dois desconhecidos, situação que terminou em uma tentativa de estupro durante a madrugada.
O caso foi revelado pelo blog Portugal Giro, do jornalista Gian Amato, em O Globo.
Voo cancelado e hospedagem forçada
O episódio ocorreu no dia 31 de maio, quando o voo TP 439, de Paris para Lisboa, foi cancelado. A TAP distribuiu vouchers de hospedagem aos passageiros e informou que não havia quartos individuais disponíveis.
A brasileira, que pediu privacidade, recebeu a resposta de que só teria quarto exclusivo se pagasse do próprio bolso.
No voucher entregue pela companhia, já constava a indicação de que ela dividiria o espaço com uma mulher alemã e um homem brasileiro — ambos estranhos para ela.
Madrugada de violência
Durante a noite, a passageira relatou que a mulher alemã saiu do quarto. Pouco depois, o homem, nu, teria se lançado sobre ela tentando estuprá-la.
A brasileira reagiu, gritou por ajuda e o agressor fugiu.
No dia seguinte, a alemã assinou um depoimento confirmando que a divisão do quarto havia sido imposta pela TAP e descreveu a vítima como “visivelmente abalada”.
Denúncia, ação judicial e descaso da TAP
De volta ao Brasil, a vítima registrou ocorrência de importunação sexual, iniciou acompanhamento psicológico e entrou com ação judicial pedindo indenização de até R$ 50 mil.
Segundo a advogada Nathália Magalhães, que representa a passageira, a companhia aérea chegou a oferecer apenas R$ 3 mil, depois R$ 5 mil, sem apresentar pedido formal de desculpas ou reconhecimento do erro.
“E as portuguesas?”
A brasileira explica que decidiu tornar o caso público para alertar outras mulheres sobre situações de vulnerabilidade em viagens internacionais.
“Quantas denúncias de mulheres em situações vulneráveis foram silenciadas por falta de apoio ou forças para prosseguir? Tive o Brasil ao meu lado. E as portuguesas?”, questionou.
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