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O Ministério da Saúde recebeu o primeiro lote de fomepizol, um antídoto para intoxicações por metanol, com 2,5 mil unidades adquiridas pela primeira vez pelo Brasil através da Organização Pan-Americana da Saúde, em resposta ao aumento de casos de envenenamento por bebidas adulteradas.
Atualmente, o Brasil registra 259 casos suspeitos de intoxicação por metanol, com 24 confirmações e 5 mortes, sendo São Paulo o estado mais afetado, concentrando 201 casos, o que destaca a gravidade da situação.
Além da introdução do fomepizol, a Anvisa autorizou a produção nacional de etanol injetável, visando aumentar a disponibilidade de tratamento para intoxicações, enquanto as autoridades recomendam cautela à população quanto ao consumo de bebidas sem procedência e investigam a origem da contaminação.
O Ministério da Saúde recebeu nesta quinta-feira (9) o primeiro lote de fomepizol, medicamento usado no tratamento de intoxicações por metanol, substância tóxica frequentemente encontrada em bebidas alcoólicas adulteradas.
Foram entregues 2,5 mil unidades, adquiridas de forma inédita pelo Brasil por meio do Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
O antídoto será incorporado ao estoque estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS) e utilizado em hospitais de referência em casos de envenenamento. A cerimônia de entrega contou com a presença de representantes do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da própria Opas.
Fomepizol é referência mundial no tratamento contra metanol
O fomepizol é considerado o tratamento mais eficaz para intoxicações causadas por bebidas falsificadas ou adulteradas, pois bloqueia a ação do metanol no organismo e evita danos neurológicos e hepáticos graves.
Sua incorporação representa um avanço importante na resposta do Brasil a emergências toxicológicas, especialmente diante do aumento de casos registrados nas últimas semanas.
Além do antídoto, a Anvisa autorizou a produção nacional de álcool etílico injetável (etanol), também utilizado no tratamento de intoxicação por metanol. A medida deve ampliar a oferta de etanol de grau farmacêutico no país e fortalecer a rede hospitalar no atendimento a pacientes intoxicados.
Casos de intoxicação continuam em alta em todo o país
De acordo com boletim do Ministério da Saúde divulgado na quarta-feira (8), o Brasil contabiliza 259 casos suspeitos de intoxicação por metanol, sendo 24 confirmados e 5 mortes já registradas.
O estado de São Paulo concentra a maioria dos episódios, com 201 casos — 20 deles confirmados. Há ainda 11 mortes em investigação distribuídas entre Mato Grosso do Sul, Pernambuco, São Paulo e Paraíba.
As autoridades reforçam a recomendação para que a população evite o consumo de bebidas sem procedência e denuncie estabelecimentos suspeitos.
Casos de intoxicação por metanol avançam e país registra novas mortes
O governo de São Paulo confirmou, no fim de semana, a segunda morte relacionada ao consumo de bebidas adulteradas com metanol — substância química de uso industrial presente em solventes, combustíveis e produtos de limpeza.
Segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde, divulgado neste domingo (5 de outubro), o Brasil já soma 225 notificações, entre casos confirmados, suspeitos e óbitos. Até o momento, 16 casos foram confirmados e 209 estão sob investigação.
O estado de São Paulo concentra a maior parte das ocorrências, com 192 registros, o equivalente a 85% do total nacional. Desses, 14 casos foram confirmados, incluindo os dois óbitos, enquanto 178 seguem em análise, com sete mortes ainda sob investigação.
As autoridades sanitárias investigam se o metanol foi adicionado intencionalmente às bebidas falsificadas, com o objetivo de aumentar o volume e reduzir custos, ou se houve contaminação acidental. Até o momento, as evidências apontam para fraude na fabricação.
Alerta global: mais de 40 mil pessoas já foram intoxicadas desde 1998
De acordo com estimativas do Médicos Sem Fronteiras (MSF), cerca de 40 mil pessoas no mundo já foram afetadas por intoxicação por metanol desde 1998, resultando em aproximadamente 14,4 mil mortes.
O MSF ressalta, porém, que esses números são subnotificados, baseando-se em reportagens, publicações científicas e relatos diretos — o que significa que o problema pode ser muito mais grave do que indicam as estatísticas oficiais.
A organização alerta que milhares de pessoas são intoxicadas a cada ano, especialmente em países asiáticos como Indonésia, Índia, Camboja, Vietnã e Filipinas, onde surtos recorrentes são registrados.
Quando o tratamento não é feito a tempo, a taxa de mortalidade varia entre 20% e 40%, dependendo da quantidade ingerida e da concentração da substância.
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