Política
Publicado em 18/08/2025, às 13h17 Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) - Reprodução/Internet José Nilton Jr.
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator das ações que investigam uma tentativa de golpe em 2022 para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, disse que não irá recuar em relação ao inquérito que apura o caso.
Em entrevista publicada nesta segunda-feira (18) pelo jornal americano The Washington Post, o ministro afirmou que “não existe a menor chance de retroceder nem que seja um milímetro”.
No diálogo com os repórteres internacionais Marina Dias e Terrence McCoy, Alexandre de Moraes disse que sua postura será de cumprir estritamente as obrigações constitucionais.
“Faremos o que é correto: receberemos a denúncia, examinaremos as evidências, e aqueles que devem ser condenados serão, enquanto os que devem ser absolvidos também serão”, disse.
A entrevista é considerada rara por tratar diretamente do processo que envolve o ex-presidente Bolsonaro e sete de seus aliados.
O jornal se referiu ao ministro como alguém acostumado a enfrentar poderosos, guiado pelo lema de “nunca desistir, sempre avançar”.
Ainda na publicação, ficou descrito que Alexandre de Moraes se destacou internacionalmente ao ser chamado de “xerife da democracia” por causa das decisões consideradas abrangentes em temas como liberdade de expressão, tecnologia e atuação governamental.
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O Washington Post relatou que um dos episódios que marcaram a atuação de Moraes foi a determinação de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. O ato reforçou a imagem d ministro como figura central na contenção de ameaças à democracia no Brasil.
Para compor o perfil, os jornalistas entrevistaram 12 pessoas próximas ao ministro, em sua maioria de forma anônima, incluindo amigos e colegas.
A reportagem falou também sobre as sanções que Moraes sofreu durante o atual governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano impôs tarifas sobre produtos brasileiros, revogou o visto do ministro e de sua família e acionou a Lei Magnitsky.
De acordo com Moraes, essas medidas foram influenciadas por “notícias falsas” propagadas nas redes sociais e pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente. “O que devemos fazer, e o que o Brasil está realizando, é esclarecer a situação”, concluiu.