Política
Publicado em 06/10/2025, às 07h34 A COP30 reunirá líderes globais em Belém, e a presença de Lula no NAM Atlântico reforça a imagem do Brasil na luta contra o desmatamento. - Foto: Ricardo Stuckert/PR Dani Oliveira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia uma hospedagem nada convencional para a COP30, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA).
Segundo fontes do governo, Lula e a primeira-dama Janja da Silva podem ficar a bordo do Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico, o maior navio de guerra da América Latina.
A embarcação, que chegou à capital paraense em 25 de setembro, foi enviada pela Marinha para dar suporte logístico ao evento e já passou a ser vista como uma opção estratégica para sediar a comitiva presidencial — garantindo segurança, privacidade e estrutura avançada em meio à movimentação intensa esperada na cidade durante o evento internacional.
Vistoria técnica e operação militar integrada
De acordo com integrantes do governo federal, equipes de segurança e infraestrutura já iniciaram uma vistoria para avaliar se o navio oferece as condições necessárias para abrigar o presidente e sua equipe.
Com 208 metros de comprimento — o equivalente a um prédio de 40 andares — e cerca de 20 mil toneladas, o NAM Atlântico é considerado uma das embarcações mais modernas do hemisfério sul.
O navio partiu do Rio de Janeiro rumo a Belém com mais de mil militares, 700 toneladas de equipamentos, veículos blindados, helicópteros e armamentos.
Parte do material será usada para apoio logístico e segurança da COP30, enquanto o restante servirá à Operação Atlas, um treinamento militar na foz do Rio Amazonas que ocorrerá paralelamente à conferência.
Estrutura e simbolismo
Além da funcionalidade, a possível hospedagem de Lula no navio carrega um forte simbolismo político e ambiental. A Marinha pretende destacar o papel estratégico da Amazônia e o compromisso do Brasil com a soberania e a proteção ambiental da região.
O navio, adquirido do Reino Unido em 2018, pode funcionar como uma base presidencial flutuante, equipada com dormitórios, áreas de comando, hospital de campanha e heliponto — oferecendo autonomia total em segurança e comunicação.
Durante uma agenda em Belém no último dia 2, Lula confirmou de forma bem-humorada que pretende “ficar num barco” durante a conferência, sem dar mais detalhes, o que reforçou as especulações sobre a estadia presidencial no Atlântico.
COP30: desafios e vitrine internacional
A COP30 reunirá líderes mundiais, cientistas e ativistas ambientais em um evento histórico que colocará Belém e a Amazônia no centro das discussões globais sobre o clima.
O governo brasileiro espera que a conferência simbolize uma virada de página na imagem ambiental do país e sirva como vitrine da transição ecológica e do combate ao desmatamento.
Com mais de 70 mil participantes esperados, a cidade de Belém se prepara para receber delegações de todos os continentes — e o uso do NAM Atlântico como base de comando presidencial reforçaria a narrativa de protagonismo e segurança em um evento de proporções mundiais.