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União Europeia pausa retaliação aos EUA por 90 dias, confirma Von der Leyen

Após a aprovação de tarifas de 25% sobre US$ 21 bilhões em produtos americanos, a UE opta por suspender as contramedidas para facilitar diálogos  |  A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, confirmou a pausa de 90 dias nas tarifas retaliatórias contra os EUA, visando negociações. - Divulgação

Publicado em 10/04/2025, às 08h47   A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, confirmou a pausa de 90 dias nas tarifas retaliatórias contra os EUA, visando negociações. - Divulgação   Dani Oliveira

União Europeia pausa retaliação aos EUA por 90 dias, confirma Von der Leyen
Nesta quarta-feira, o bloco determinou uma tarifa retaliatória de 25% contra US$ 21 bilhões em importações americanas, que seriam válidas a partir de 15 de abril.

A União Europeia decidiu pausar por 90 dias as duas primeiras contramedidas retaliatórias contra os produtos que chegam dos Estados Unidos, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen nesta quinta-feira (10).

Tomamos nota do anúncio do Presidente Trump. Queremos dar uma chance às negociações. Enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE, que contaram com forte apoio dos nossos Estados-membros, vamos suspendê-las por 90 dias", escreveu von der Leyen em sua conta na rede social X.

Na quarta (9), os países do bloco aprovaram o primeiro pacote de medidas contra o país norte-americano, incluindo uma tarifa de 25% a ser cobrada sobre US$ 21 bilhões em produtos, em etapas, a partir de 15 de abril, como resposta às taxas impostas pelos EUA sobre o aço e alumínio.

No entanto, a presidente destacou que "se as negociações não forem satisfatórias, as contramedidas serão aplicadas". Von der Leyen disse, também, que "todas as opções permanecem na mesa" e que o "trabalho preparatório para outras contramedidas continua". O bloco ainda quer retaliar as taxas aplicadas pelos EUA sobre outros produtos, como veículos.

A expectativa por uma pausa na retaliação que nem chegou a começar é consequência direta do anúncio feito na véspera pelo presidente americano, Donald Trump, de que vai reduzir todas as tarifas retaliatórias anunciadas na semana passada para 10% por 90 dias, para dar tempo aos países interessados negociarem com os EUA.

Os EUA haviam imposto uma tarifa de 20% sobre todas as importações da União Europeia e o bloco foi um alvo frequente de Trump nas últimas semanas.

Em meados de março, o presidente ameaçou taxar em 200% os vinhos europeus e chamou o bloco de "uma das autoridades tributárias e tarifárias mais hostis e abusivas do mundo, que foi formada com o único propósito de tirar vantagem dos EUA".

A decisão de retaliar
Os países da União Europeia aprovaram, nesta quarta-feira (9), o primeiro pacote de retaliação contra as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O bloco de 27 países enfrenta desde o mês passado tarifas de importação de 25% sobre aço, alumínio e carros, além de novas taxas de 20% para quase todos os outros produtos, que acabaram de entrar em vigor.

Em retaliação, a UE decidiu que serão aplicadas tarifas de 25% sobre uma série de importações dos EUA a partir da próxima terça-feira (15), em etapas.
As importações dos EUA incluem milho, trigo, cevada, arroz, motocicletas, aves, frutas, madeira, roupas e fio dental, de acordo com um documento visto pela Reuters.

Elas totalizaram cerca de 21 bilhões de euros (US$ 23 bilhões) no ano passado.

A comissão da União Europeia já havia destacado, no entanto, que as tarifas retaliatórias podem ser suspensas a qualquer momento caso os EUA concordem com um "resultado negociado justo e equilibrado".

Por enquanto, a ação da UE é uma resposta específica às tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio. O bloco ainda está avaliando como responder às tarifas sobre automóveis e outras questões mais amplas.


Veja a íntegra do que disse Donald Trump

Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR, para negociar uma solução para os assuntos em discussão relativos a Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação Cambial e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não retaliaram de forma alguma contra os Estados Unidos, por minha forte sugestão, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela sua atenção a este assunto!

 

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