Política

Ucrânia deve ceder territórios para o fim da guerra; é o que impõe Trump: "A Rússia é uma potência, eles não"

Líderes europeus se reúnem para discutir apoio à Ucrânia e avaliar os riscos da mudança na diplomacia americana de Trump  |  Putin promete interromper ataques em troca de concessões territoriais, mas analistas alertam para promessas não cumpridas. - Divulgação

Publicado em 17/08/2025, às 08h46   Putin promete interromper ataques em troca de concessões territoriais, mas analistas alertam para promessas não cumpridas. - Divulgação   Dani Oliveira

A política externa dos Estados Unidos voltou a ganhar destaque neste sábado (16), quando o presidente Donald Trump defendeu o plano da Rússia para encerrar a guerra na Ucrânia. A proposta inclui a cessão de parte do território ucraniano ao Kremlin em troca de um cessar-fogo imediato.

Segundo o The New York Times, que ouviu duas autoridades europeias de alto escalão, os territórios em discussão seriam Donetsk e Luhansk, incluindo áreas ainda não ocupadas pela Rússia.

Declarações após encontro com Putin

Após se reunir com o presidente russo Vladimir Putin no Alasca, Trump afirmou à emissora Fox News que o caminho mais rápido para a paz seria um acordo direto.

Façam um acordo. A Rússia é uma potência muito grande e eles não”, declarou, em referência à Ucrânia.

A fala sinaliza um distanciamento das posições defendidas por Volodmir Zelenski e líderes europeus, que priorizam um cessar-fogo antes das negociações.

Proposta russa e reação internacional

Em troca da concessão de territórios, Putin ofereceu interromper os ataques no restante da Ucrânia e prometeu formalmente não agredir novamente o país ou outras nações europeias. No entanto, analistas lembram que o líder russo já descumpriu compromissos semelhantes no passado.

A mudança de postura de Trump foi recebida com frieza na Europa. Governos europeus emitiram uma nota conjunta defendendo novas sanções contra Moscou “enquanto a matança na Ucrânia continuar”.

Impasse para Zelenski

O presidente ucraniano, que não participou da cúpula no Alasca, afirmou que discutirá “todos os detalhes sobre o fim da matança e da guerra” com Trump em reunião marcada para segunda-feira, em Washington.

Autoridades em Kiev demonstraram preocupação com a postura americana. A avaliação é de que iniciar negociações sem cessar-fogo favorece a Rússia, que nas últimas semanas consolidou o controle total de Luhansk e cerca de 75% de Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson.

Europa busca unidade diante da proposta

Enquanto Trump reforça o diálogo direto com Putin, líderes da França, Reino Unido e Alemanha marcaram uma reunião virtual para este domingo (17). O objetivo é alinhar estratégias de apoio à Ucrânia e avaliar os riscos da mudança de tom na diplomacia americana.

Classificação Indicativa: Livre


TagsDiplomaciaTrumpEuropaNegociaçõesGuerraPazCessar-fogoSançõesRússiaUcrâniaPutinKievAlascaZelenskiTerritóriosDonetskLuhanskKhersonCessãoZaporizhzhia

Leia também


Putin pode viajar ao Alasca sem risco de prisão, apesar de mandado internacional; entenda