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Rogério Marinho sobre escândalo no INSS: “Abriram as portas do inferno em 2023”

O senador defende a CPI do INSS, detalha descontos indevidos e critica a falta de investigação sobre entidades ligadas ao governo atual  |  Senador Rogério Marinho (PL RN), durante entrevista ao programa 12 em Ponto da Rádio 98 FM Natal - Reprodução

Publicado em 10/05/2025, às 11h44   Senador Rogério Marinho (PL RN), durante entrevista ao programa 12 em Ponto da Rádio 98 FM Natal - Reprodução   Redação

Em entrevista ao programa 12 em Ponto, da Rádio 98 FM, o senador Rogério Marinho (PL-RN) falou com exclusividade sobre o escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. Ex-secretário da Previdência no governo Bolsonaro, Marinho afirmou que o esquema “explodiu” apenas a partir de 2023, já no atual governo, e que medidas de controle foram adotadas ainda em sua gestão.

"Em 2019 e 2020 houve queda nas arrecadações. O crescimento geométrico ocorre a partir de 2023, quando o governo Lula acabou com o bloqueio prévio das autorizações para descontos".

Segundo ele, o número de filiados saltou de 2 milhões para 7,6 milhões em pouco tempo. "Abriram as portas do inferno", disparou. Marinho citou como exemplo a CONTAG, que representa 20% das contribuições e foi uma das principais beneficiadas, mas que não está sendo investigada.

“A CPI é legítima e vai até onde for necessário”

Marinho também defendeu a instalação da CPI do INSS, criticando a postura dos deputados petistas do RN, Natália Bonavides e Fernando Mineiro, que não assinaram o requerimento.

"Dizer que a CPI é apenas política é narrativa. Há fortes indícios de aparelhamento e blindagem de entidades ligadas ao governo. Até o irmão do presidente Lula foi beneficiado e não está sendo investigado".

O senador negou que a CPI vá se limitar ao governo atual e disse que a investigação pode alcançar gestões anteriores. “Se quiserem investigar desde 1991, tudo bem. Mas por que começar justamente em 2019 e ignorar as denúncias que explodiram em 2023 e 2024?”, questionou.

Candidatura à Presidência? “Nosso nome é Bolsonaro”

 

 

Questionado sobre especulações de que poderia substituir Jair Bolsonaro como candidato da direita em 2026, Rogério Marinho negou articulações internas e reafirmou fidelidade ao ex-presidente:


"Não há essa discussão no partido. Bolsonaro é o nosso candidato. Se ele for impedido, é ele quem apontará o caminho", declarou.

Apesar disso, ele confirmou ser pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte e destacou que está percorrendo o estado com o projeto Rota 22 e que Bolsonaro volta ao RN em junho.

Sobre alianças: “Álvaro e Allyson são bem-vindos. Zenaide, não.”

Ao falar sobre a oposição potiguar para 2026, Marinho defendeu a união, mas fez um recorte claro quanto a alianças com figuras da esquerda:


"Tenho respeito pessoal por Zenaide, mas nossas visões de país são antagônicas. Não cabe ela num palanque nosso", declarou.

"Álvaro Dias e Allyson Bezerra são bem-vindos. Precisamos construir um projeto viável e corajoso para tirar o RN do atraso."


Privatizações e cortes nos poderesMarinho também defendeu medidas impopulares como a privatização da Caern e rediscussão do duodécimo dos poderes:

"Hoje, o RN perde metade da água captada. O modelo atual não funciona. A Caern precisa ser concedida. E os poderes precisam dar sua cota de sacrifício. O Estado está engessado e sem capacidade de investimento", afirmou.

Anistia e Judiciário: “Querem tirar Bolsonaro da vida pública”

O senador disse ainda que o projeto de anistia é uma forma de “pacificar o país” e criticou o Supremo Tribunal Federal:

"Tem gente presa há dois anos por pintar uma estátua com batom. Enquanto isso, corruptos de colarinho branco seguem livres. O STF não quer Bolsonaro na disputa. É isso que está em jogo".

"É o mesmo tribunal que quer agora desmembrar processos para fingir coerência em decisões contraditórias."

Reforma política: fim da reeleição, mandatos de 5 a 10 anos

Por fim, o senador comentou as discussões sobre a mini reforma política. Ele defende o fim da reeleição e a unificação das eleições com mandatos de 5 anos para todos, com exceção do Senado, que passaria para 9 ou 10 anos. Mas lamentou que a mudança só comece a valer em 2030:

"O ideal seria já para 2026, mas política é a arte do possível", resumiu.

 

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