Política
Publicado em 13/10/2025, às 07h35 Primeira reunião entre os dois líderes desde a escolha do novo pontífice, que sucedeu o papa Francisco. - Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert Dani Oliveira
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou nesta segunda-feira (13) com o Papa Leão XIV, no Vaticano. Esta foi a primeira reunião entre os dois líderes desde a escolha do novo pontífice, que sucedeu o Papa Francisco e assumiu a liderança da Igreja Católica em um momento de grandes transformações políticas, sociais e ambientais no mundo.
A audiência ocorreu durante a passagem de Lula por Roma, onde o presidente participa da abertura do Fórum Mundial da Alimentação 2025, evento anual promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A edição deste ano celebra os 80 anos de fundação da entidade, reunindo chefes de Estado, especialistas e lideranças globais comprometidas com o combate à fome e a promoção da segurança alimentar.
Brasil defende pacto global pelo combate à fome
Durante o evento, Lula reforçou o papel do Brasil como voz ativa na luta contra a fome e a pobreza extrema, defendendo uma agenda de cooperação humanitária entre os países.
O presidente também participou da Segunda Reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa lançada em 2023 para reunir líderes comprometidos com a erradicação da insegurança alimentar até 2030.
No mesmo dia, o chefe do Executivo brasileiro inaugurou o espaço do Mecanismo de Apoio da Aliança, criado para facilitar ações conjuntas entre governos, organismos multilaterais e sociedade civil em projetos de desenvolvimento sustentável.
Encontro com o novo Papa reforça diálogo diplomático
A reunião entre Lula e Leão XIV foi articulada pelo Itamaraty e pelo Vaticano, marcando um novo capítulo no relacionamento histórico entre o Brasil e a Santa Sé. Segundo fontes diplomáticas, o diálogo abordou questões humanitárias, ambientais e de justiça social, temas que têm sido prioridade para ambos os líderes.
O encontro também simboliza a continuidade do diálogo do governo brasileiro com o Vaticano, iniciado ainda nas gestões anteriores, quando Lula se reuniu com João Paulo II, Bento XVI e Francisco, reforçando a tradição de respeito e cooperação entre os dois Estados.
As principais ações do Papa Leão XIV desde o início de seu pontificado
1. Ênfase na paz e no diálogo inter-religioso
Desde sua eleição, o Papa Leão XIV tem se destacado por uma postura fortemente diplomática, promovendo diálogo entre diferentes religiões e culturas. Uma de suas primeiras mensagens ao mundo foi um apelo pela paz duradoura em regiões marcadas por conflitos, especialmente no Oriente Médio e na Europa Oriental.
2. Combate à desigualdade e apoio aos povos vulneráveis
Seguindo a linha de Francisco, Leão XIV mantém foco na justiça social, defendendo medidas concretas para reduzir desigualdades econômicas e proteger migrantes e refugiados.
Ele tem incentivado os governos a revisarem políticas de acolhimento e propôs um novo pacto global de solidariedade, baseado na doutrina social da Igreja.
3. Meio ambiente e transição ecológica
Um dos primeiros gestos do novo Papa foi convocar a conferência “Ecologia e Espiritualidade Global”, reafirmando o compromisso do Vaticano com as pautas ambientais.
Ele destacou que “cuidar da Casa Comum é cuidar da vida humana em todas as suas formas”, mensagem que reforça a encíclica Laudato Si’, lançada por Francisco e agora ampliada sob sua liderança.
4. Reforma administrativa e transparência financeira
Leão XIV também iniciou uma nova etapa de reformas internas no Vaticano, com foco na modernização da governança e na transparência dos recursos da Santa Sé.
O pontífice criou uma comissão especial para revisar contratos e práticas financeiras, medida vista como continuidade das ações de seu antecessor.
5. Valorização das mulheres na Igreja
Entre suas ações mais simbólicas, está a criação de um conselho consultivo formado por mulheres leigas e religiosas, com voz ativa em decisões pastorais e sociais.
A medida foi considerada histórica e aponta para uma Igreja mais inclusiva e participativa, alinhada aos desafios contemporâneos.