Política
Publicado em 18/07/2025, às 10h50 A escalada das tensões entre Brasil e EUA, impulsionada por Trump, influenciou a decisão do STF sobre as medidas contra Bolsonaro. - Divulgação Dani Oliveira
Um elevado risco de fuga para os Estados Unidos motivou o STF (Supremo Tribunal Federal) a determinar uma série de medidas restritivas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o uso de tornozeleira eletrônica.
Ministros da Corte já estavam alertas para essa possibilidade desde a escalada da ofensiva do presidente Donald Trump contra o Brasil, inflamada pela atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA.
O processo que gerou a operação da PF (Polícia Federal) nesta sexta-feira (18) chegou ao Supremo dois dias depois de Trump anunciar uma tarifa de 50% a produtos brasileiros, como retaliação às decisões do STF contra Bolsonaro e as “big techs”.
O relator é o ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a PF a cumprir mandados de busca e apreensão na sede do PL e em endereços de Bolsonaro. A PGR (Procuradoria-Geral da República) deu parecer favorável à operação.
Embora o passaporte do ex-presidente esteja apreendido desde fevereiro de 2024, quando também foi alvo da PF, a avaliação do Supremo é de que os EUA dispõem de instrumentos jurídicos para tirá-lo do Brasil mesmo sem o documento.
Por isso, a decisão de Moraes também proíbe Bolsonaro de se aproximar de embaixadas e até mesmo de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros. O ex-presidente também não poderá falar com Eduardo.
Investigadores do caso lembram que Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria em fevereiro de 2024, depois de uma operação da PF na ação do plano de golpe. A leitura é de que o cenário poderia se repetir com os EUA.