Política
Publicado em 14/10/2025, às 07h17 Larissa tem se posicionado criticamente em relação ao sistema político e busca reconectar-se com sua base após anos de afastamento. - Reprodução/Internet Dani Oliveira
A ex-deputada estadual Larissa Daniela da Escóssia Rosado voltou ao centro das atenções políticas no Rio Grande do Norte após firmar um acordo de ressarcimento com o Ministério Público Estadual (MPRN) para devolver R$ 158,9 mil aos cofres públicos.
O valor se refere a um processo de improbidade administrativa por contratação irregular de assessor, investigado no âmbito da Operação Dama de Espadas.
O acordo, homologado junto à 60ª Promotoria de Justiça, prevê o pagamento parcelado em 60 prestações mensais de R$ 2.649,04.
Apenas Larissa aceitou as condições propostas — o outro envolvido, Daniel Silva Barros, tenta um ajuste financeiro sob alegação de impossibilidade de quitar o mesmo montante.
Acordo reacende debate sobre o legado político da família Rosado
Embora o caso tenha raízes em um processo antigo, o desfecho do acordo reacende discussões sobre o peso político da família Rosado, uma das mais tradicionais de Mossoró.
Larissa, que já exerceu mandatos consecutivos e ocupou espaço de protagonismo na Assembleia Legislativa, tenta agora reorganizar sua imagem e influência dentro do PSB, partido que preside no estado.
Nos bastidores, aliados avaliam que o gesto de devolver os valores e encerrar pendências judiciais faz parte de uma estratégia de “limpeza de terreno” para um possível retorno às urnas em 2026.
O movimento é lido como um reposicionamento público — de quem busca se reconectar com a base política após anos de desgaste e afastamento da vida parlamentar.
Operação Dama de Espadas: o caso que abalou a Assembleia
A investigação que originou a ação contra Larissa Rosado é parte da Operação Dama de Espadas, deflagrada pelo MPRN para apurar fraudes na folha de pagamento da Assembleia Legislativa.
Segundo o Ministério Público, Larissa teria mantido em sua equipe o nome de Daniel Silva Barros, que recebia salário público sem exercer função, enquanto atuava no setor privado em Macau.
O MP sustenta que a ex-deputada tinha ciência da irregularidade e praticou ato doloso de improbidade administrativa, o que resultou na obrigação de ressarcimento ao erário.
Movimentos recentes e tentativa de reconstrução
Mesmo fora dos cargos eletivos, Larissa mantém interlocução ativa com lideranças regionais e tem sido vista com frequência em agendas políticas.
Em 2024, cogitou disputar uma vaga na Câmara Municipal de Mossoró, mas recuou antes do prazo das convenções.
Nos últimos meses, passou a adotar um discurso mais crítico ao sistema político, participando de atos públicos contra a PEC da Blindagem e projetos de anistia a políticos.
A movimentação é interpretada como um ensaio de retorno político, com foco na ética e na renovação partidária — temas que podem ser a chave para sua retomada de imagem em 2026.