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Haddad diz que tarifas de Trump são "golpe contra o Brasil" e critica ação de extremistas

Além disso, Haddad também apontou que o estado de São Paulo será um dos mais prejudicados com a nova tarifa, citando produtos como suco de laranja  |  Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda - Reprodução/Internet

Publicado em 10/07/2025, às 14h24   Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda - Reprodução/Internet   BNews Natal

Para o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é “desastrosa” e politicamente motivada. Na última quarta-feira (9), Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país norte-americano.

A medida foi divulgada por meio de uma carta, publicada em uma rede social, e que tinha como destinatário  enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com Trump, a nova medida deve entrar em vigor em 1º de agosto deste ano. 

O que diz Haddad

Durante entrevista para o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Haddad disse que a iniciativa do presidente dos EUA configura um ataque à soberania nacional, tendo apoio e sendo articulada por forças extremistas brasileiras.

Esse golpe contra o Brasil foi urdido por forças extremistas de dentro do país. Acredito que o tiro vai sair pela culatra, disse o ministro, ao defender que a medida carece de racionalidade econômica.

A carta publicada por Trump cita diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, e critica a atuação da Corte brasileira, em especial do ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com Haddad, o episódio tem motivações políticas e estaria vinculado a uma tentativa da família Bolsonaro de interferir no curso das investigações em andamento no Judiciário.

“A única explicação plausível é política. A família Bolsonaro urdiu esse ataque ao Brasil com o objetivo de escapar do processo judicial em curso. O resultado será desastroso para quem promoveu isso”, declarou.

Impacto da medida em São Paulo

Além disso, Haddad também apontou que o estado de São Paulo será um dos mais prejudicados com a nova tarifa, citando produtos como suco de laranja, aeronaves da Embraer e máquinas industriais, que estão entre os principais itens exportados do Brasil para os Estados Unidos. 

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O ministro fez críticas à postura do governador paulista, Tarcísio de Freitas, aliado de Bolsonaro. Haddad disse que “ou uma pessoa é candidata a presidente, ou é candidata a vassalo”.

A extrema-direita vai ter que reconhecer, mais cedo ou mais tarde, que deu um enorme tiro no pé, disse Haddad. Desde 1822, o Brasil não é vassalo de ninguém. Isso acabou.

Diplomacia e resposta do governo 

Em resposta à ofensiva norte-americana, o presidente Lula (PT) afirmou que o Brasil é um país soberano, com instituições independentes, e não aceitará tutelas externas.

O ministro Haddad reforçou a confiança na diplomacia brasileira para encontrar uma saída negociada antes do prazo estabelecido por Donald Trump.

Foi um dia ruim, mas nós vamos superar. As duas nações têm uma relação histórica de 200 anos, com economias complementares e interesses comuns.

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