Política
Publicado em 05/08/2025, às 09h14 Mensagens e documentos sugerem que ministro Alexandre de Moraes articulou estratégia para embasar prisões de suspeitos. - Divulgação Dani Oliveira
Um suposto dossiê que levanta sérias acusações contra o Supremo Tribunal Federal (STF) foi divulgado na última segunda (4), pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger.
Segundo a reportagem, que usa como base os dados do dossiê produzido por Shellenberger, assinada pelos brasileiros David Ágape e Eli Vieira, o STF teria articulado uma força-tarefa considerada ilegal para prender manifestantes pró-Bolsonaro envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
De acordo com o material divulgado, mensagens e documentos que seriam oficiais sugerem que o ministro Alexandre de Moraes teria criado um protocolo interno para monitorar perfis nas redes sociais de suspeitos, como forma de embasar juridicamente os pedidos de prisão.
A operação, segundo a denúncia, teria sido organizada por meio de um grupo de WhatsApp com integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um dos nomes mencionados é o de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes.
As conversas divulgadas incluem supostos diálogos entre Cristina Yukiko Kusahara, então chefe de gabinete do ministro, e Tagliaferro. Em um dos trechos, Cristina teria mencionado que a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia solicitado liberdade provisória para presos preventivos, mas que Moraes preferia aguardar a análise das redes sociais dos detidos antes de qualquer decisão.
O grupo de mensagens teria sido encerrado em 1º de março de 2023. Na ocasião, segundo a reportagem, o juiz Airton Vieira se despediu dos participantes dizendo: “Despeço-me aqui, singelamente […] que nas audiências de custódia possamos dar a cada um o que lhe é de direito: a prisão”.
Até o momento, o conteúdo revelado por Shellenberger não foi verificado de forma independente. A CNN informou que tentou confirmar a autenticidade dos documentos e mensagens, mas não obteve sucesso. O STF também não se pronunciou até o momento de forma oficial sobre o caso.