Política
Publicado em 03/07/2025, às 15h21 Durante o segundo semestre deste ano, o Brasil será responsável por tomar as decisões estratégicas do grupo regional - Marcelo Camargo/Agência Brasil BNews Natal
A presidência rotativa do Mercosul foi assumida, nesta quinta-feira (3), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante o segundo semestre deste ano, o Brasil será responsável por tomar as decisões estratégicas do grupo regional, que tem como componentes: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia, que está em processo de adesão.
O presidente Lula assumiu a responsabilidade durante a 66ª Cúpula do bloco, realizada em Buenos Aires, na Argentina.
Em sua fala inicial acoupando o cargo, Lula disse que assumirá cinco prioridades centrais no período que estiver à frente do Mercosul:
Ampliação comercial interna e externa; promoção da transição energética; desenvolvimento tecnológico; combate ao crime organizado; e enfrentamento às desigualdades sociais.
“O Mercosul é um refúgio diante de um mundo instável e ameaçador”, afirmou Lula. “Construímos uma casa sólida, baseada em regras claras e cooperação.”
Comércio e acordos internacionais
Como primeiro ponto, o presidente Lula defendeu o fortalecimento do comércio entre os países do bloco e com parceiros externos.
O foco será finalizar o acordo com a União Europeia, além de consolidar tratativas com Canadá, Emirados Árabes Unidos e países asiáticos, como Japão, China, Coreia do Sul, Índia e Vietnã.
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Também foi anunciada a conclusão das negociações com a Associação Europeia de Livre Comércio (Efta).
Transição energética
Lula também reafirmou o compromisso do Brasil com a agenda climática. Ele defendeu o lançamento do programa Mercosul Verde, que inclui padrões comuns de sustentabilidade, rastreabilidade agrícola e tecnologias limpas.
“A realidade está se movendo mais rápido que o Acordo de Paris. O Mercosul precisa agir com firmeza”, disse.
Desenvolvimento tecnológico
Lula ainda defendeu a existência de uma maior autonomia digital para os países sul-americanos, com a construção de centros de dados próprios, proteção de dados e desenvolvimento de modelos de inteligência artificial latino-americanos.
Segurança regional
O presidente do Brasil também sinalizou apoio à criação de uma agência regional de combate ao crime organizado, proposta pela Argentina. Ele citou como exemplo iniciativas brasileiras como o Comando Tripartite da Tríplice Fronteira e o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia.
“Não venceremos essas multinacionais do crime sem cooperação”, alertou o presidente.