Polícia
Publicado em 05/08/2025, às 08h46 Foto: Reprodução. Sammara Bezerrra
Foi determinada nesta segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A medida foi tomada após descumprimento das medidas cautelares, como a proibição de uso de redes sociais.
Além da prisão domiciliar, Moraes também proibiu visitas (exceto familiares próximos e advogados) e a apreensão de todos os celulares disponíveis na casa de Bolsonaro, em Brasília.
A defesa alega que ele não descumpriu nenhuma ordem da Justiça.
De acordo com Moares, o ex-presidente utilizou redes sociais de aliados — entre eles, os filhos parlamentares — para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.
Na decisão, o ministro cita como exemplo uma postagem feita no domingo (4) na conta do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), com um vídeo do ex-presidente mandando uma mensagem a apoiadores em manifestação no Rio de Janeiro.
A publicação foi apagada horas depois.
“O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu, o senador Flávio Nantes Bolsonaro, decidiu remover a postagem realizada em seu perfil, na rede social Instagram, com a finalidade de omitir a transgressão legal”, argumentou Moraes.
As primeiras restrições, impostas em 18 de julho deste ano, foi motivada após indícios de que Bolsonaro estaria tentando obstruir ias nvestigações no processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado.
Na ocasião, o STF determinou:
Mesmo com essas medidas, Bolsonaro apareceu em vídeo publicado por aliados, mostrou a tornozeleira e participou, por telefone, de manifestações.
Além do episódio com Flávio Bolsonaro, também falou com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante ato em Belo Horizonte. Para Moraes, as ações de Bolsonaro mostram “a necessidade e adequação de medidas mais gravosas de modo a evitar a contínua reiteração delitiva do réu”.
A prisão domiciliar é somente a ponta do Iceberg. Isso porque o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta uma série de processos nos tribunais superiores. Desde março, Bolsonaro responde a um processo criminal no STF, junto com outros sete réus, por tentativa de golpe de Estado.
A denúncia foi apresentada pela PGR e aponta cinco crimes:
O processo está na fase de alegações finais — última etapa antes do julgamento que vai decidir se o grupo será condenado ou absolvido. O julgamento deve começar em setembro.