Polícia
Publicado em 17/07/2025, às 09h08 Foto: Reprodução. Redação
Dois servidores do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran-RN) foram afastados de suas funções nesta quarta-feira (16), em Mossoró, durante uma operação da Polícia Civil. Eles são investigados por suspeita de envolvimento em um esquema de recebimento de propina para agilizar ou favorecer o andamento de processos administrativos dentro do órgão.
Além do afastamento dos servidores, a “Operação Agrado” cumpriu nove mandados de busca e apreensão e aplicou outras medidas cautelares a investigados. Segundo a Polícia, a investigação apura a atuação de dois servidores e três despachantes em um suposto esquema de corrupção dentro da unidade do Detran em Mossoró.
Um dos despachantes chegou a ser preso em flagrante por estar com munição durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, mas foi solto mediante fiança.
De acordo com a Polícia Civil, os servidores recebiam pagamentos não oficiais, popularmente chamados de “agrados”, para viabilizar ou acelerar trâmites internos, aprovando procedimentos de forma irregular.Segundo o delegado Jomário Montenegro, da Delegacia Especializada em Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas de Mossoró (Deprov), a investigação indicou que cerca de R$ 20 mil eram arrecadados por semana no esquema.
“Inclusive há um despachante que girou em torno de R$ 1 milhão em 3 meses”, disse, em entrevista à InterTV Cabugi. “Existia uma caixinha semanal que os servidores solicitavam de todos os despachantes para dar andamento aos serviços”, falou.
Segundo o delegado Jomário Montenegro, os suspeitos cobravam tanto para realização de serviços simples no Detran, como imprimir papéis, como para aprovar veículos em fiscalizações do órgão.
“Conseguimos identificar os servidores que estariam pedindo propina até para serviço mais simples, como impressão de papel, que eles estavam pedindo por volta de R$ 50 para imprimir papel na sede do Detran”, disse.
As investigações tiveram início há oito meses, após um flagra de um caminhão adulterado na Deprov.
“O nome da operação faz referência direta a essa prática, identificada ao longo das apurações, na qual servidores recebiam pagamentos extraoficiais em troca de facilidades indevidas”, informou a corporação.
As investigações seguem em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e assegurar a responsabilização criminal dos suspeitos. A Polícia Civil informou que o Detran-RN tem colaborado com os trabalhos.