Polícia
Publicado em 15/08/2025, às 08h00 Com apoio da Polícia Militar, a operação cumpriu mandados de prisão e busca, revelando uma organização criminosa hierárquica e temida. - Divulgação Dani Oliveira
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou nesta sexta-feira (15) a operação Kraken, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse/porte ilegal de arma de fogo em Baía Formosa.
Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão domiciliar e pessoal contra 10 alvos. O grupo monitorava as forças de segurança na cidade e impunha medo à população para garantir a continuidade do tráfico.
A Kraken é um desdobramento da operação Leviatã, realizada pelo MPRN em 17 de dezembro do ano passado. A ação desta sexta-feira visava cumprir mandados de prisão preventiva, além de mandados de busca e apreensão.
Outros dois alvos dos mandados já estavam detidos no sistema prisional potiguar. Houve prisões em flagrante por posse de drogas, que estavam enterradas na casa de um dos alvos da ação.
A operação teve o apoio da Polícia Militar. Ao todo, dois promotores de Justiça, 15 servidores do MPRN e 64 PMs participaram da ação. A investigação que fundamentou a operação se baseou na análise de dados de equipamentos eletrônicos apreendidos na operação Leviatã. As conversas encontradas revelaram uma associação criminosa com uma hierarquia definida.
Como funcionava a organização criminosa
A hierarquia da organização era claramente estabelecida. Um dos investigados era o líder, responsável por dar ordens e negociar drogas e armas de fogo. Outros membros ocupavam posições de comando e disciplina, fiscalizando a atuação dos demais e punindo moradores que desrespeitassem as ordens do grupo.
As provas coletadas demonstraram o envolvimento direto dos investigados no tráfico de drogas e na posse ilegal de armas. Mensagens e áudios indicavam negociações de entorpecentes como maconha, crack e cocaína, além da posse e distribuição de pistolas e munições.
Monitoramento das polícias
O grupo utilizava canais de comunicação para monitorar a movimentação das Polícias Militar e Civil. As conversas mostram os criminosos alertando uns aos outros sobre a presença de viaturas, buscando evitar que a polícia flagrasse suas atividades. Esse sistema de contra-inteligência era considerado essencial para o sucesso das atividades criminosas.
As investigações indicaram ainda que os criminosos operam de suas próprias residências, recebendo clientes e armazenando material ilícito. O descumprimento de medidas cautelares anteriores por parte de alguns investigados reforçou a necessidade de ações mais rigorosas.
O que foi apreendido
A operação Kraken apreendeu armas, drogas, dinheiro, cartões de crédito e aparelhos de telefonia celular. O material será analisado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para tentar identificar outros envolvidos nos crimes e o cometimento de outros delitos.
Origem do nome da operação
O nome da operação remete ao monstro marinho originário da mitologia nórdica. O Kraken é descrito como uma criatura colossal, semelhante a um polvo, que aterroriza os mares e navegantes. Logo, representa a própria associação criminosa ainda existente em Baía Formosa, até então capaz de aterrorizar o município conhecido por suas belas praias e turismo costeiro, que ora se combate.