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RN tem um dos piores índices de trabalho no sistema prisional do país

Levantamento revela que apenas 6% da população carcerária do RN está empregada, muito abaixo da média nacional de 25,4%  |  Apesar de iniciativas da SEAP, a precariedade das unidades prisionais impede a ampliação do trabalho para detentos. - Reprodução

Publicado em 13/07/2025, às 11h50   Apesar de iniciativas da SEAP, a precariedade das unidades prisionais impede a ampliação do trabalho para detentos. - Reprodução   Aryela Souza

O Rio Grande do Norte tem um dos piores índices de trabalho no sistema prisional brasileiro, com apenas 6% de sua população carcerária exercendo algum tipo de atividade laboral.

O número está muito abaixo da média nacional e expõe os desafios do estado na ressocialização de detentos.

Os dados foram revelados em um levantamento da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça, e divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo.

A Realidade do Sistema Potiguar

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária do RN (SEAP) afirmou ter implantado, neste ano, uma comissão para individualizar penas e promover o acesso ao trabalho.

A pasta citou iniciativas como a produção de vassouras, esquadrias e terços, além de oficinas de costura e a implantação do programa “Rede Trabalho Decente”, com cursos de capacitação.

No entanto, na prática, pouco mudou. A estrutura das unidades prisionais segue precária, e ainda faltam vagas, organização e um controle efetivo para ampliar a oferta de trabalho.

A Meta Nacional e a Distância do RN

O desempenho do Rio Grande do Norte contrasta fortemente com o cenário nacional. Em 2024, a média de presos trabalhando no Brasil foi de 25,4%.

O governo federal, através do Plano Nacional Pena Justa, estabeleceu uma meta ambiciosa de alcançar 50% de ocupação laboral nos presídios até 2027.

Enquanto o RN patina nos 6%, outros estados já ultrapassaram essa meta, incluindo vizinhos do Nordeste como o Ceará (53%) e o Maranhão (80%).

Por Que o Trabalho no Presídio é Importante?

A oferta de trabalho é um pilar da Lei de Execução Penal e uma ferramenta fundamental para a reintegração social do condenado, buscando reduzir a reincidência criminal.

A legislação permite a redução da pena com base no trabalho: a cada três dias trabalhados, um dia é abatido da sentença.

A atividade também é remunerada, com pagamento mínimo de três quartos do salário mínimo, e garante ao detento acesso a benefícios previdenciários, como aposentadoria e auxílio-reclusão.

Hoje, o Brasil tem mais de 670 mil presos em regime fechado ou semiaberto, dos quais cerca de 170 mil trabalham.

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