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México assume liderança nas importações do agro brasileiro e fortalece negociações

Em meio a tarifas elevadas dos EUA, Brasil e México buscam estreitar laços econômicos e comerciais para impulsionar suas economias  |  México assume liderança nas importações do agro brasileiro e fortalece negociações - Reprodução

Publicado em 15/08/2025, às 19h30   México assume liderança nas importações do agro brasileiro e fortalece negociações - Reprodução   Ari Alves

Nos últimos anos, o México se tornou o país que mais ampliou a compra de produtos do agronegócio brasileiro. Desde 2023, passou a importar 22 itens que antes não adquiriu do Brasil, totalizando US$ 870 milhões em vendas. Esse valor corresponde a 50,4% de todas as exportações do agro nacional para novos mercados, que somaram US$ 1,7 bilhão no período, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Entre os produtos mais procurados estão as proteínas animais. Em 2024, as vendas de carne bovina chegaram a US$ 214 milhões e as de carne suína somaram US$ 102,6 milhões, ambos mercados recentemente abertos. Outros países também figuram entre os principais novos destinos, como Egito, com US$ 175 milhões, Vietnã, com US$ 157 milhões, Turquia, com US$ 89 milhões, e Argélia, com US$ 81 milhões.

Essa aproximação ocorre em meio ao chamado “tarifaço” do presidente norte-americano Donald Trump, que afeta o comércio de produtos brasileiros e mexicanos com os Estados Unidos. Nesse cenário, Brasil e México indicam interesse em estreitar os laços econômicos.

Comitiva oficial

O governo federal planeja enviar uma delegação ao México nos dias 27 e 28 de agosto para discutir novos acordos comerciais. A missão será liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin.

No mês anterior, o presidente Lula conversou por telefone com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, destacando a importância de aprofundar as relações econômicas e comerciais. Ele citou o contexto atual de incertezas como motivo para acelerar essa aproximação.

Lula também sugeriu o início de negociações para ampliar o acordo comercial Brasil-México, que hoje é limitado a um Acordo de Complementação Econômica (ACE) de alcance restrito.

Desafios e avanços

Tentativas de expandir o ACE vêm sendo feitas desde a década passada, mas sem grandes avanços. Há pouco mais de um mês, negociadores brasileiros estiveram no México para tratar do tema, sinalizando que o país quer intensificar o fluxo de trocas. Fontes afirmam que as discussões ainda estão em estágio inicial.

Especialistas lembram que produtos agropecuários brasileiros já chegaram a enfrentar tarifas de até 60% no mercado mexicano. O avanço nas exportações começou a ganhar força em 2022, quando o governo do México lançou o “Paquete Contra la Inflación y la Carestía” (Pacic), que zerou tarifas de diversos alimentos importados.

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