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Estudo do Ipea defende cobrança maior dos mais ricos para aliviar a classe média e isentar trabalhadores de baixa renda

O estudo do Ipea indica que a alíquota de 14% é baseada em dados reais: em 2022, pessoas com renda média de R$ 16 mil por mês já pagavam essa taxa  |  Ao incorporar esse fator na carga tributária efetiva, o estudo busca corrigir distorções que favorecem os mais ricos - Reprodução/Internet

Publicado em 17/07/2025, às 13h47   Ao incorporar esse fator na carga tributária efetiva, o estudo busca corrigir distorções que favorecem os mais ricos - Reprodução/Internet   Júnior Teixeira

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou, nesta quinta-feira (17), uma proposta ousada: a criação de um Imposto Global Mínimo de 14% para brasileiros que recebem mais de R$ 50 mil por mês.

De acordo com o Ipea, com a aplicação da medida, seria possível isentar do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) todos os contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil reais.

A proposta, publicada na Carta de Conjuntura do Ipea, vai além do que prevê o Projeto de Lei 1087/2025, atualmente em tramitação no Congresso. O PL do governo estabelece uma alíquota progressiva de até 10% para rendas acima de R$ 600 mil ao ano, o que inclui apenas 2% dos contribuintes.

Para o Ipea, no entanto, esse teto é insuficiente: quem está no topo da pirâmide deve contribuir mais. 

Tributação mais justa poderia render mais de R$ 140 bilhões aos cofres públicos

O estudo do Ipea indica que a alíquota de 14% é baseada em dados reais: no ano de 2022, contribuintes com renda média de R$ 16 mil por mês já pagavam essa taxa efetiva. O Ipea propõe, então, estender esse índice também para os mais ricos, que hoje, de maneira proporcional, contribuem menos que a classe média.

Com a nova alíquota aplicada sobre a renda global, o governo poderia arrecadar R$ 145,6 bilhões a mais, representando um aumento de 40% na receita do IRPF.

Esse volume elevaria a arrecadação do imposto de 3,1% para 4,3% do PIB, aproximando o Brasil de países como Polônia e Uruguai, ainda que abaixo da média da OCDE, que é de 8,5%.

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Ao incorporar esse fator na carga tributária efetiva, o estudo busca corrigir distorções que favorecem os mais ricos.

Com informações da Agência Brasil.

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