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Cervejinha mais cara no Brasil; confira o novo preço já com aumento e a partir de quando começa a valer

O aumento de preços da Heineken ocorre após a Ambev ter ajustado seus preços, sinalizando um novo cenário no mercado cervejeiro  |  A Heineken busca aumentar sua participação de mercado, enquanto a Ambev enfrenta desafios para manter suas margens de lucro. - Divulgação

Publicado em 18/07/2025, às 07h09   A Heineken busca aumentar sua participação de mercado, enquanto a Ambev enfrenta desafios para manter suas margens de lucro. - Divulgação   Dani Oliveira

A Newswires noticiou nesta semana que a Heineken aumentou seus preços no Brasil em uma média de 6% em todo o seu portfólio, marcando o primeiro aumento de preços desde abril de 2024.

A nova tabela de preços entrará em vigor ainda em julho. Isso ocorre após o aumento de preços da Ambev (ABEV3) efetivado no início deste ano, após o Carnaval. O Bradesco BBI questiona se este pode ser um ponto de inflexão para as ações da Ambev.

Houve rumores nas últimas semanas sobre o aumento de preços da Heineken, mas ainda vemos a leitura inicial da Ambev como positiva. No fim do dia, isso sinaliza um ambiente de preços mais racional para a cerveja brasileira, pelo menos no curto prazo. O aumento mais amplo da inflação de cerveja no setor após os aumentos da Ambev no início deste ano reforça essa visão”, avaliam Henrique Brustolin e Pedro Fontana, analistas que assinam o relatório.

As ações subiam 1,73%, a R$ 13,50, às 12h (horário de Brasília) nesta quarta. A questão-chave, no entanto, é se isso marca uma mudança estrutural na dinâmica competitiva — e ainda não acreditam que isso aconteça.

Os analistas apontam que a Heineken nunca foi a empresa mais agressiva em termos de preços e a empresa passou mais de um ano sem realizar um ajuste de preços.

Assim, acreditam que sua ambição de aumentar volumes e participação de mercado permanece intacta, e agora está cada vez mais focada em lidar com o lucro dominante da Ambev no segmento mainstream — especialmente com a inauguração de sua nova cervejaria este ano.

Em nossa opinião, a decisão de aumentar os preços agora também pode refletir os ganhos recentes de participação, principalmente após a decisão da Ambev, o que ajuda a sustentar as ambições de crescimento de volume. Além disso, o fato de a Heineken ter esperado a ação da líder de mercado — revertendo uma tendência de vários anos — contribui para essa visão”, avalia.

Em última análise, acredita que a trajetória patrimonial da Ambev depende de sua capacidade de continuar recuperando margens, o que depende de uma entrega equilibrada de preços e volumes, o que ainda não foi visto, segundo Brustolin e Fontana. O BBI mantém recomendação neutra, com preço alvo de R$ 12.

Já o Goldman Sachs segue com recomendação de venda para os ativos. O banco, embora reconheça que um cenário competitivo mais racional é claramente um fator positivo para o setor como um todo, considera essa notícia com reservas, levando em conta que:

1. Os preços relativos ainda favorecem a Heineken, já que o rastreador sugere que a Ambev aumentou seus preços em média 7% em abril (e mais 2% em junho);

2. A atividade promocional tem sido intensa, compensando parcialmente o repasse desses ajustes para o nível da receita líquida.

“No contexto de demanda enfraquecida, oferta crescente e custos substancialmente mais altos, continuamos acreditando que será difícil para a Ambev manter sua participação de mercado e lucratividade nos próximos 12 meses – um contexto que, em nossa opinião, não justifica sua atual avaliação de preço/lucro prospectiva de 14,1 vezes”, conclui.

Classificação Indicativa: Livre


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