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Brasil espera investimento de R$100 bilhões da França; acordo foi firmado por Lula com empresário do setor produtivo francês

O investimento francês será direcionado a áreas como tecnologia, defesa e sustentabilidade, com potencial para gerar milhares de empregos  |  O Brasil e a França assinaram acordos para desenvolver vacinas e submarinos, além de fortalecer a pesquisa em biodiversidade amazônica. - Divulgação

Publicado em 08/06/2025, às 11h00   O Brasil e a França assinaram acordos para desenvolver vacinas e submarinos, além de fortalecer a pesquisa em biodiversidade amazônica. - Divulgação   Dani Oliveira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou neste sábado (7), um acordo para que 15 empresas francesas invistam R$ 100 bilhões no Brasil até 2030. O compromisso, de acordo com o petista, foi firmado na sexta-feira (6), em Paris, por meio de uma reunião entre o líder brasileiro e o setor produtivo francês.

Se a gente somar os investimentos que nós conseguimos na China, se a gente somar os investimentos que nós conseguimos no Japão, nós vamos perceber que nós estamos fazendo aquilo que todo e qualquer presidente da República precisaria fazer pelo Brasil", afirmou o chefe do Executivo, em pronunciamento feito momentos antes de embarcar para a cidade francesa de Nice, onde cumprirá agenda até amanhã.

A França é a terceira maior origem de investimentos diretos no Brasil. São US$ 66,34 bilhões em estoque. "A estimativa é de que mais de mil empresas francesas atuem no Brasil, com responsabilidade direta pela geração de 500 mil postos de trabalho", projetou a Presidência da República.

Durante a coletiva, Lula afirmou, ainda, ser o seu papel enquanto presidente fazer o "meio de campo" entre os setores produtivos brasileiros e estrangeiros com o objetivo de ampliar negócios. "O papel do presidente é abrir a porta e dizer para os caras: 'olha, estão aqui as possibilidades, nós produzimos isso, nós oferecemos isso, o que você tem para nos oferecer?', e fazer negócio. E foi isso que eu fiz aqui na França", completou.

Setores estratégicos
Embora não tenha detalhado como esse investimento bilionário será aplicado na economia brasileira, o presidente destacou parcerias com a França em setores estratégicos e de tecnologia de ponta nas áreas de ciência, tecnologia, inovação, sustentabilidade, defesa e segurança pública.

Além de Lula, o pronunciamento a jornalistas em Paris contou com a participação do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. O titular do Itamaraty explicou os detalhes sobre as parcerias comerciais firmadas entre Brasil e França.

"O Brasil desenvolve com a França projetos importantes bilaterais em áreas de ponta, como satélite geoestacionário de comunicações e o Supercomputador Santos Dumont. Vale mencionar também o Centro Franco Brasileiro de Biodiversidade Amazônica que reativamos em 2024 e que nesse ano começa a financiar pesquisas conjuntas dos dois países", afirmou o ministro.

Também foram assinados acordos bilaterais entre Brasil e França para fortalecer a cooperação no desenvolvimento de vacinas e produtos laboratoriais. Nesse quesito, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estabeleceu novas parcerias com instituições francesas, como o Instituto Pasteur.

Segundo o presidente Lula, a cooperação bilateral entre os dois países terá o potencial de construir um submarino de propulsão nuclear. "O almirante Marcos Sampaio, que é o nosso comandante da Marinha, que veio firmar, sabe, as inovações no acordo do Brasil com a França na construção do submarino de propulsão nuclear", pontuou. Essa colaboração se aprofunda com a assinatura de contratos referentes à próxima fase do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).

Gastos em viagens

Desde que assumiu a Presidência em 2023, Lula tem investido intensamente em agendas no exterior. Ao todo, o líder brasileiro foi para mais de 30 países nos últimos dois anos. A justificativa para tantos compromissos, segundo ele, é a atração de investimentos.

Questionado ontem sobre o gasto com viagens para fora do país, o petista defendeu sua postura. Segundo ele, "giros internacionais trazem investimentos ao Brasil". Estamos levando de volta para o Brasil o compromisso dos 15 maiores investidores franceses, que já têm empresa no Brasil, de nos próximos cinco anos termos um investimento de R$ 100 bilhões. Essa é a novidade", declarou o presidente.
Lula, no entanto, afirmou desconhecer o valor exato dos gastos de suas agendas internacionais. "Eu não sei quanto estou gastando porque não cuido disso. Mas sei o quanto estou levando de volta para o Brasil", desconversou.
"O Brasil precisa deixar de ser pequeno. Precisa se colocar como um país grande. Nossos embaixadores no mundo têm que pensar grande. A gente não é menor do que ninguém, a gente não é inferior a ninguém", emendou.

Agenda

Lula discursou, ontem, na Cúpula da Coalizão para a Elevação do Oceano e Resiliência Costeira. Hoje, o presidente embarca rumo a Mônaco, onde participará do Fórum de Economia e Finanças Azuis. Após o evento, o líder brasileiro retorna a Nice, onde tem agendas programadas para amanhã.

 

 

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