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Publicado em 30/07/2025, às 19h22 Brasil busca manter café fora de tarifa de 50% anunciada pelos EUA - Reprodução BNews Natal
O Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) está em articulação para que o café brasileiro fique de fora da nova taxação imposta pelos Estados Unidos, que poderá chegar a 50%.
A medida foi oficializada nesta terça-feira pelo presidente norte-americano, Donald Trump, por meio de uma Ordem Executiva que prevê tarifas sobre diversos produtos brasileiros. Entre os itens tributados, está o café. No entanto, o documento também estabelece cerca de 700 exceções, como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis, incluindo motores, peças e componentes.
Setor cafeeiro pressiona por exceção e alerta para impactos
O Cecafé informou que seguirá dialogando com entidades norte-americanas do setor, como a National Coffee Association (NCA), para tentar incluir o café brasileiro na lista de exceções ao tarifaço. A entidade alerta para os efeitos negativos da medida.
“O ato implicará elevação desmedida de preços e inflação, uma vez que esses tributos serão repassados à população americana no ato da compra”, aponta o comunicado assinado por Márcio Ferreira, presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé, e Marcos Matos, diretor-geral da entidade.
Segundo o Cecafé, a parceria comercial entre Brasil e Estados Unidos na área cafeeira é fundamental. O Brasil responde por mais de 30% do café consumido pelos americanos e é o maior exportador do produto para o país.
Relação é estratégica para os dois países
Os Estados Unidos, por sua vez, representam 16% das exportações brasileiras de café. Para o Cecafé, essa conexão é estratégica. “O café também é de suma relevância aos Estados Unidos, haja vista que 76% do povo norte-americano consome a bebida; a população gasta cerca de US$ 110 bilhões em café e itens relacionados (US$ 301 milhões por dia) ao ano”, diz o documento.
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) também se manifestou. Para a entidade, a medida trará impactos significativos para a comunidade do café especial e para os produtores brasileiros, que lideram esse segmento no cenário global.
Os Estados Unidos são o principal destino dos cafés especiais brasileiros, com aproximadamente 2 milhões de sacas exportadas anualmente e uma receita que ultrapassa US$ 550 milhões.