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Publicado em 05/05/2025, às 21h55 Portugal avalia a expulsão de até 18 mil estrangeiros, incluindo cidadãos brasileiros - Reprodução Redação
O governo interino de Portugal começará a notificar cerca de 18 mil estrangeiros que vivem no país sem documentação legal. Segundo o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, os avisos começam ainda nesta semana, com 4.500 notificações previstas e prazo de 20 dias para saída voluntária. “Quem não cumprir a ordem será retirado à força”, disse o ministro.
A medida antecede as eleições legislativas de 18 de maio e afeta, principalmente, cidadãos da Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Butão — que representam dois terços dos casos. Portugal ainda acumula 110 mil pedidos de residência em análise.
Amaro critica o atual sistema de deportações, afirmando que o país é um dos que menos realiza essas ações na Europa, mesmo quando há riscos à segurança.
Crise política e eleições antecipadas
O anúncio ocorre em meio à maior crise política em 50 anos. O primeiro-ministro Luís Montenegro renunciou após escândalo envolvendo um escritório de advocacia ligado à sua família, suspeito de receber pagamentos indevidos.
Montenegro, do Partido Social Democrata (PSD), perdeu apoio no Parlamento e convocou eleições antecipadas. Seu governo, que durou menos de um ano, era sustentado por uma frágil aliança de apenas 80 dos 230 deputados. O PSD acabou derrubado por uma união entre os socialistas e o partido de extrema-direita Chega, que juntos somam 128 cadeiras.