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Carioca que mora no Paraná doa medula óssea para salvar vida de potiguar

Um cariosa de 34 anos e que desde 2018 mora no Paraná pode ter salvado a vida de um potiguar. Como ele fez isso? Doando medula óssea  |  Renato Pereira Linhares realizou o maior gesto de solidariedade de sua vida: a doação de medula óssea para salvar a vida de um paciente - Ricardo Ribeiro/AEN

Publicado em 25/07/2025, às 14h16   Renato Pereira Linhares realizou o maior gesto de solidariedade de sua vida: a doação de medula óssea para salvar a vida de um paciente - Ricardo Ribeiro/AEN   Anderson Barbosa

Um cariosa de 34 anos e que desde 2018 mora no Paraná pode ter salvado a vida de um potiguar. Como ele fez isso? Doando medula óssea. A história foi destaque esta semana no site oficial do Governo do Paraná, que trata o pequeno gesto como um gigantesco ato heroico. E que de fato é. 

Tudo começou em 2023, quando o gerente de projetos Renato Pereira Linhares decidiu fazer sua primeira doação de sangue no Hemepar (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná), em Curitiba. Lá, ele viu um cartaz convidando doadores a se cadastrarem também como doadores de medula. Curioso, ele se informou com a enfermeira que o atendeu.

Renato passou pelo procedimento em um hospital de Natal / Foto: Ricardo Ribeiro/AEN

Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome)

"É uma ampolinha pequenininha a mais que eles tiram durante a doação de sangue, algo bem tranquilo e indolor e aí meu nome já ficou cadastrado", lembra Renato.

A partir daquele gesto simples, seu nome foi incluído no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, o Redome. Em dezembro de 2024, Renato recebeu uma ligação e ficou sabendo que ele era potencialmente compatível com um paciente do Rio Grande do Norte. Assim, ele precisaria fazer uma contraprova no Hemepar. No dia seguinte ao telefonema, Renato tirou sangue novamente. 

A confirmação de que seria o doador ideal chegou quatro meses depois. “Me perguntaram diversas vezes se eu tinha certeza, mas eu nunca tive dúvidas. Para mim é um privilégio, uma honra poder estar ajudando essa vida”, orgulhou-se.

Renato não embarcou sozinho na missão. Ao seu lado, a esposa Amanda e a filha Anna Beatriz, de 12 anos, acompanharam cada etapa do processo com orgulho e emoção. 

“Só essa sensação de estar dando esperança para uma família, não tem preço. Ele é o nosso herói, que agora vamos dividir com outra família”, celebrou a mulher.

Renato passou pelo procedimento em um hospital de Natal. Recebeu alta no dia seguinte. “Hoje sou eu ajudando, mas penso que poderia ser eu, minha filha, minha esposa, meus pais, algum amigo precisando de ajuda”, refletiu.

O nome do potiguar beneficiado com a doação não foi revelado. 

Doação não aparentada

Segundo a médica Luana Tannous, responsável técnica pelo Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR), a doação realizada por Renato é chamada de doação não aparentada, feita quando não há compatibilidade entre os parentes do paciente e também não há possibilidade de uso da própria célula. “É, em muitos casos, a última esperança para que essa pessoa se cure”, explica.

Apesar do impacto, a médica destaca que se trata de um procedimento cirúrgico simples, com anestesia local, baixa taxa de intercorrência e recuperação rápida. A medula se regenera em poucas semanas.

RN tem mais de 50 pessoas na fila de espera por doação de medula óssea

O Rio Grande do Norte possui aproximadamente 50 pessoas na fila de espera por um transplante de medula óssea. A informação é do Hemocentro do Rio Grande do Norte, o Hemonorte. Em maio, o órgão lançou a campanha “A vida deve ser compartilhada”, com foco na conscientização sobre a importância da doação de medula óssea.

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