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Número de médicos no Brasil deve atingir 635,7 mil em 2025; mulheres já são maioria

Apesar do aumento de formandos, apenas 8% dos médicos estão em especializações, com muitos aguardando anos para ingressar  |  Número de médicos no Brasil deve atingir 635,7 mil em 2025; mulheres já são maioria - Reprodução

Publicado em 30/04/2025, às 19h22   Número de médicos no Brasil deve atingir 635,7 mil em 2025; mulheres já são maioria - Reprodução   Redação

Até o fim de 2025, o Brasil deve contar com cerca de 635 mil médicos em atividade, o que representa uma média de 2,98 profissionais por mil habitantes — ainda abaixo da média recomendada pela OCDE, que é de 3,7 por mil.

Segundo o estudo Demografia Médica 2025, divulgado nesta quarta-feira (30), pela primeira vez as mulheres serão maioria entre os médicos do país, somando 50,9% dos profissionais. A projeção para 2035 é ainda mais expressiva: o Brasil poderá chegar a 1,15 milhão de médicos, com uma média de 5,2 por mil habitantes — sendo 55,7% mulheres.

O levantamento, realizado há 15 anos pela Faculdade de Medicina da USP em parceria com a AMB e, desta vez, com apoio do Ministério da Saúde, analisa dados nacionais e internacionais sobre formação, distribuição e atuação médica.

Desigualdade na distribuição

Apesar do crescimento, a desigualdade regional persiste. Cidades com mais de 500 mil habitantes, que concentram 31% da população, reúnem 58% dos médicos. Por outro lado, os pequenos municípios (menos de 50 mil habitantes), com a mesma fatia populacional, contam com apenas 8% dos profissionais.

Hoje, 19 macrorregiões de saúde ainda têm menos de um médico por mil habitantes, enquanto outras 15 têm mais de quatro. Em 2035, o Distrito Federal deve liderar, com 11,83 médicos por mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (8,11) e São Paulo (7,17). Já Maranhão (2,43), Pará (2,56) e Amapá (2,76) devem continuar com as menores médias.

Expansão dos cursos de medicina

O número de cursos de medicina quase triplicou entre 2014 e 2024, saltando de 92 (entre 2004 e 2013) para 225 no período seguinte, totalizando 27.921 novas vagas. Também houve crescimento nas vagas de cursos já existentes.

Residência ainda é desafio

Mesmo com mais formandos, a oferta de residência médica não acompanha. Em 2024, apenas 8% dos médicos cursavam alguma especialização. A maioria ingressa até um ano após a graduação, mas uma parcela significativa espera até cinco anos ou mais.

Perfil dos médicos

Dos 597 mil médicos ativos em 2024, 59,1% são especialistas e 40,9% generalistas. Homens ainda dominam 35 das 55 especialidades — com destaque para urologia (96,5%) e ortopedia (92%). Já dermatologia (80,6%) e pediatria (76,8%) têm predominância feminina.

Sete áreas concentram mais da metade dos especialistas: clínica médica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, anestesiologia, cardiologia e ortopedia. O Distrito Federal e São Paulo têm as maiores proporções de especialistas por 100 mil habitantes (453 e 244), enquanto Maranhão e Pará ficam na lanterna, com 68 e 70.

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