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Jovem mineira enfrenta dor insuportável e aposta em tratamento inédito

Após anos de sofrimento, Carolina Arruda se submeterá a um tratamento experimental para neuralgia do trigêmeo em Minas Gerais  |  Jovem mineira enfrenta dor insuportável e aposta em tratamento inédito - Reprodução

Publicado em 20/06/2025, às 20h37   Jovem mineira enfrenta dor insuportável e aposta em tratamento inédito - Reprodução   Redação

Depois de mais de uma década convivendo com uma das dores mais intensas que existem, a mineira Carolina Arruda, de 28 anos, vai passar por um tratamento experimental na tentativa de aliviar o sofrimento.

Conhecida nas redes sociais por compartilhar sua luta contra a neuralgia do trigêmeo  doença considerada uma das mais dolorosas do mundo, Carolina vive uma rotina marcada pela dor constante.

Moradora de Bambuí, no interior de Minas Gerais, ela será internada no próximo dia 13 de agosto na UTI da Santa Casa de Alfenas, no Sul do estado. Lá, será submetida a um coma induzido que pode durar até cinco dias.

O procedimento, realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), faz parte de um protocolo clínico do Centro de Dor da Santa Casa.

Segundo o médico responsável, Carlos Marcelo Barros, o tratamento usa medicamentos já conhecidos, mas aplicados de forma inovadora, ainda em fase de estudo. Carolina será entubada, colocada sob ventilação mecânica e deixará de receber os remédios habituais para dor a ideia é tentar “reiniciar” os receptores de dor do cérebro.

“É como se fosse reiniciar o cérebro para ver se ele volta a responder”, explicou Carolina nas redes sociais. Há 12 anos, ela toma remédios sem qualquer alívio.

Um caso raro e extremo

A neuralgia do trigêmeo atinge cerca de 0,3% da população mundial, segundo a Rede D’Or São Luiz. A doença afeta o nervo responsável por levar sensações do rosto ao cérebro e provoca crises intensas de dor, com gatilhos simples como mastigar, falar ou até sentir o vento no rosto.

No caso de Carolina, o sofrimento é ainda mais raro: ela sente dor constante e dos dois lados da face mesmo dormindo. “Nem dormindo. Nem de olhos fechados. Nem com remédio. Nem abrindo o crânio”, desabafou.

Em crises recentes, ela chegou a ficar quase 70 horas sem dormir, mesmo após tomar mais de uma dúzia de remédios. Em meio à dor sem trégua, Carolina já cogitou até a eutanásia. Agora, mesmo sem garantias de sucesso, vê no coma induzido uma chance. “Talvez não resolva tudo, mas eu preciso de um respiro”, disse.

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