Geral
Publicado em 04/07/2025, às 21h10 Implante contraceptivo de longa duração será oferecido pelo SUS a partir do segundo semestre - Reprodução BNews Natal
O Sistema Único de Saúde (SUS) vai passar a oferecer o implante subdérmico contraceptivo liberador de etonogestrel, conhecido como Implanon. O novo método apresenta vantagens em relação aos já disponíveis, pois tem alta eficácia e atua no organismo por até três anos.
A medida tem como objetivo principal a prevenção de gestações não planejadas. As informações são da Agência Brasil.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esse implante apresenta uma eficácia superior a de outros métodos contraceptivos. A decisão de incorporá-lo ao SUS foi tomada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), a pedido do Ministério da Saúde.
“Agora vamos orientar as equipes, realizar a compra dos insumos e preparar as Unidades Básicas de Saúde em todo o país. A expectativa é iniciar o uso do implante ainda no segundo semestre deste ano”, declarou o ministro.
A previsão do Ministério é distribuir 1,8 milhão de unidades até 2026, sendo 500 mil já em 2025. O investimento estimado é de aproximadamente R$ 245 milhões. Atualmente, o Implanon custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil no mercado privado.
Durante a reunião da Conitec, realizada na última quarta-feira (2), a secretária de Atenção Primária à Saúde, Ana Luiza Caldas, destacou a importância da decisão. Para ela, trata-se de uma política pública transformadora.
“É mais um método disponível no SUS e representa um avanço nas ações de fortalecimento do planejamento sexual e reprodutivo, garantindo acesso a todas as pessoas”, afirmou.
Além de prevenir a gravidez não planejada, o uso do implante contribui para a redução da mortalidade materna. Essa iniciativa está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
O Ministério da Saúde se compromete a reduzir em 25% a mortalidade materna geral e em 50% entre mulheres negras até 2027.
Sobre o método
O implante subdérmico é classificado como um contraceptivo reversível de longa duração (LARC). Ele dispensa o uso contínuo e depende menos da adesão correta por parte da usuária, o que o torna mais eficaz do que métodos como anticoncepcionais orais ou injetáveis.
O dispositivo é inserido sob a pele, onde libera gradualmente o hormônio etonogestrel por até três anos. Após esse período, o implante deve ser removido e, caso haja interesse, pode ser substituído por um novo. A fertilidade é rapidamente restabelecida após a retirada.
Atualmente, entre os contraceptivos oferecidos pelo SUS, apenas o DIU de cobre é classificado como LARC.
Outros métodos disponíveis são: preservativos externos e internos, anticoncepcionais orais combinados, pílulas de progestagênio, injetáveis hormonais (mensal e trimestral), laqueadura tubária bilateral e vasectomia. Vale lembrar que somente os preservativos oferecem proteção contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Prazo para implantação
A portaria que oficializa a incorporação do Implanon ao SUS deve ser publicada nos próximos dias. A partir da publicação, o Ministério da Saúde terá até 180 dias para efetivar a oferta.
Nesse período, serão realizadas ações como a atualização das diretrizes clínicas, aquisição e distribuição do insumo, além da capacitação de profissionais de saúde.
A inserção e a remoção do implante devem ser feitas por médicas(os) e enfermeiras(os) qualificadas(os). Por isso, o Ministério prevê ações de formação teórica e prática para esses profissionais.
A Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps) ficará responsável por coordenar a implementação nos estados e municípios. A expectativa é que os serviços que já atuam com planejamento sexual e reprodutivo, e contam com equipes habilitadas, iniciem a capacitação de novos profissionais.