Geral

Fiocruz fecha parceria para produção nacional de canetas emagrecedoras

A produção inicial ocorrerá na fábrica da EMS em SP, com planos para transferência total para o Complexo Tecnológico no Rio de Janeiro  |  Fiocruz fecha parceria para produção nacional de canetas emagrecedoras - Reprodução

Publicado em 08/08/2025, às 20h27   Fiocruz fecha parceria para produção nacional de canetas emagrecedoras - Reprodução   Ari Alves

Fiocruz e EMS comunicaram que firmaram acordos para transferir a tecnologia de síntese do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) e do medicamento final para Farmanguinhos, que é a unidade técnico-científica da Fiocruz.

A princípio, a fabricação dos medicamentos ocorrerá na fábrica da EMS, localizada em Hortolândia (SP), até que toda a tecnologia de produção seja integralmente transferida para o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro.

Alta eficácia

Segundo o comunicado, as injeções subcutâneas representam uma abordagem de alta eficácia e são consideradas inovadoras para o tratamento de diabetes e obesidade. Isso marca um avanço importante da indústria nacional no desenvolvimento de soluções de alta complexidade.

Para a EMS, os acordos simbolizam um marco histórico para a indústria farmacêutica brasileira. Já a Fiocruz ressaltou que a união com parceiros públicos e privados agrega excelência e inovação, além de ampliar seu portfólio de produção.

A Farmanguinhos explicou que essa produção inaugura a estratégia da Fiocruz para se preparar também para a fabricação de medicamentos injetáveis. Isso permite a incorporação de uma nova forma farmacêutica e fortalece a capacidade produtiva.

Controle

Desde junho, farmácias e drogarias começaram a reter receitas de canetas emagrecedoras. Além da semaglutida e da liraglutida, essa categoria também inclui dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida.

A decisão de implementar um controle mais rigoroso na prescrição e na dispensação desses medicamentos foi tomada pela diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em abril, entrando em vigor 60 dias após a publicação no Diário Oficial da União.

Em nota, a agência explicou que a medida visa proteger a saúde da população brasileira. Isso se justifica especialmente pelo elevado número de eventos adversos relacionados ao uso desses medicamentos fora das indicações aprovadas pela Anvisa.

Uso indiscriminado

A retenção das receitas das canetas emagrecedoras é apoiada por entidades como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.

Em comunicado público, essas entidades destacam que o uso indiscriminado desses medicamentos preocupa tanto pela saúde da população quanto pelo acesso dos pacientes que realmente precisam do tratamento.

O documento alerta que a venda de agonistas de GLP-1 sem receita médica, embora irregular, é frequente. A legislação vigente exige receita médica para a dispensação desses medicamentos, porém não exige a retenção da receita pelas farmácias. Essa falha facilita o acesso indiscriminado e a automedicação, expondo pessoas a riscos desnecessários

Classificação Indicativa: Livre


TagsMedicamentoIndústriaAnvisaTecnologiaReceitasDiabetesObesidadeCanetasEficáciaFarmacêuticaFIOCRUZFarmacêuticoGlp-1EMSIngredienteFarmanguinhosHortolândia