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Depressão na meia-idade dobra risco de doenças crônicas, aponta estudo

Logo no começo da pesquisa, as pessoas diagnosticadas com depressão já apresentavam três doenças crônicas. Triagens precoces são importantes  |  Mais de 172 mil pessoas participaram da pesquisa. Elas foram analisadas durante sete anos - Reprodução/Internet

Publicado em 30/06/2025, às 17h03   Mais de 172 mil pessoas participaram da pesquisa. Elas foram analisadas durante sete anos - Reprodução/Internet   Júnior Teixeira

De acordo com dados obtidos em uma pesquisa realizada pela Universidade de Edimburgo (Escócia), pessoas entre 40 e 55 anos de idade que apresentam histórico de depressão correm um risco maior de desenvolver doenças crônicas. O estudo foi publicado na revista PLOS ONE. 

Mais de 172 mil pessoas participaram da pesquisa. Elas foram analisadas durante sete anos. Logo no começo da pesquisa, as pessoas diagnosticadas com depressão já apresentavam três doenças crônicas. Já as que não apresentavam o transtorno, registravam duas doenças crônicas. 

Com a finalização do acompanhamento realizado, os riscos de surgirem novas doenças foi duas vezes em maior em pacientes com quadro depressivo. Entre as doenças estão: hipertensão, diabetes, doenças cardíacas, pulmonares ou reumatológicas. 

O que dizem os pesquisadores

Segundo os pesquisadores, a associação persiste mesmo após ajustes para fatores como sedentarismo, tabagismo ou obesidade. A análise considerou a presença ou o surgimento de 69 condições de saúde diferentes. 

De acordo com o psiquiatra Gabriel Garcia Okuda, do Hospital Israelita Albert Einstein, os dados da pesquisa confirmam o que a prática clínica já sugere: a relação entre depressão e doenças crônicas é bidirecional.

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“Pessoas deprimidas têm mais risco de desenvolver doenças ao longo da vida e, por outro lado, pessoas com doenças crônicas têm mais chance de desenvolver depressão”, afirma.

Isso pode ser explicado, em parte, por causa do impacto da depressão sobre o cuidado com a saúde. “Um paciente deprimido tende a negligenciar o tratamento de outras condições, como hipertensão ou diabetes, além de ter dificuldade para manter regularidade nos medicamentos ou nas consultas médicas”, destaca Okuda.

Sintomas clássicos

Sintomas clássicos da depressão, como tristeza persistente, falta de motivação, distúrbios no sono e no apetite, acabam afetando diretamente a saúde física.

A privação de sono, por exemplo, altera o ciclo do cortisol, o hormônio do estresse, o aumentando o risco de doenças cardiovasculares, obesidade e desequilíbrios metabólicos.

Alterações no apetite também prejudicam o quadro clínico: tanto a desnutrição quanto a alimentação excessiva ou de baixa qualidade podem influenciar negativamente indicadores como colesterol, glicemia e pressão arterial.

Cuidados necessários

Tendo isso em vista, o estudo reforça a importância de triagens precoces e acompanhamento integrado.

O cuidado deve ser colaborativo, envolvendo diferentes profissionais de saúde, e com foco na educação do paciente.

Com informações da CNN Brasil. 

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