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Publicado em 08/05/2025, às 12h34 Foto: Reprodução. Redação
A Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (SESAP) emitiu uma nota informativa orientando os profissionais de saúde sobre a necessidade de atenção redobrada diante de possíveis casos de intoxicação exógena provocada pelo consumo de pescados contaminados, especialmente durante o período da Semana Santa, quando há aumento no consumo desses alimentos.
O documento, divulgado em abril de 2025, ressalta o risco da ciguatera, uma intoxicação alimentar causada pela ingestão de peixes contaminados com ciguatoxinas, substâncias altamente tóxicas. A doença é comum em regiões do Caribe e Pacífico, e já teve casos registrados em Fernando de Noronha (PE) desde 2022. Dado que o Rio Grande do Norte é vizinho de Noronha, há preocupação com possíveis ocorrências no estado.
Sintomas e riscos
A ciguatera pode causar sintomas gastrointestinais, neurológicos e cardiovasculares. Os efeitos surgem entre minutos e até 48 horas após a ingestão do pescado contaminado e incluem dores abdominais, náuseas, vômitos e diarreia. Em alguns casos, sintomas como formigamento, sensação de calor ao tocar algo frio, e vice-versa, fraqueza muscular e alterações de paladar, podem durar semanas ou até anos.
As ciguatoxinas não possuem cheiro específico ou gosto, e não são eliminadas por cozimento, congelamento ou digestão. As substâncias estão concentradas nas vísceras e cabeças dos peixes, o que aumenta o risco em práticas de consumo tradicional.
Diagnóstico e notificação
Ainda não há tratamento específico para a ciguatera. O manejo clínico se baseia em medidas de suporte, como hidratação e controle dos sintomas.
A recomendação da SESAP inclui a comunicação imediata aos Centros de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), ao CIATOX/RN e às vigilâncias municipais e estadual. Caso sobrem amostras do peixe consumido, elas devem ser preservadas, refrigeradas e identificadas para possível análise laboratorial.