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China revoluciona com laser que lê microtextos a quilômetros de distância

A técnica, adaptada da astronomia, promete aplicações em arqueologia e monitoramento de vida selvagem, apesar de limitações  |  China revoluciona com laser que lê microtextos a quilômetros de distância - Reprodução

Publicado em 26/05/2025, às 19h58   China revoluciona com laser que lê microtextos a quilômetros de distância - Reprodução   Redação

Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da China desenvolveram um sistema a laser capaz de ler textos minúsculos de apenas 3 milímetros a incríveis 1,36 km de distância. A novidade, detalhada em um estudo publicado na revista Physical Review Letters, utiliza uma técnica chamada interferometria de intensidade, que oferece uma resolução 14 vezes melhor que a dos telescópios tradicionais.

“Com binóculos normais, você só consegue ver objetos de cerca de 42 mm a essa distância. Nosso sistema consegue identificar letras em um papel”, explicou Qiang Zhang, líder do projeto. O segredo está em dividir um laser de 100 miliwatts em oito feixes diferentes, que iluminam o alvo por vários ângulos. Isso ajuda a compensar a distorção causada pela atmosfera.

Nos testes, os cientistas colocaram alvos de 8 mm com textos impressos em um prédio distante. Dois telescópios captaram a luz refletida, e os dados foram analisados para reconstruir a imagem do que estava escrito. “A técnica vem da astronomia, mas a adaptamos para funcionar bem em observações aqui na Terra”, disse Zhang.

Apesar da precisão impressionante, o sistema só funciona com visão desobstruída e não é adequado para vigilância discreta, já que precisa iluminar o alvo com o laser. Mesmo assim, pode ser útil em áreas como arqueologia, para ler inscrições em locais de difícil acesso, ou no monitoramento de animais selvagens, sem contato humano.

Os próximos passos incluem melhorar o controle do laser e utilizar inteligência artificial para tornar as imagens ainda mais nítidas. “Já estamos testando o uso do sistema para detectar detritos espaciais, mirando o laser em objetos que estão em órbita”, contou Zhang. O projeto é financiado pelo governo chinês e está em processo de patente.

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