Geral
Publicado em 03/10/2025, às 12h52 Foto: Reprodução. Saammara Bezerrra
Com mais de 50 casos de possível intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas em investigação no Brasil, o ministro da saúde Alexandre Padilha concedeu uma coletiva de imprensa com informações e orientações à população.
Um dos destaques é o risco de contaminação em bebidas não-destiladas, como os vinhos e cervejas.
Segundo o Ministério da Saúde, a cerveja, bebida alcoólica mais consumida no país, tem menos risco de contaminação por metanol do que os destilados.
"Estamos diante de um crime envolvendo produtos destilados, incolores, onde se têm técnicas de adulteração desse produto que você não tem no caso de cerveja, que é uma bebida que tem a tampa, tem gás, e é muito mais difícil de adulterar", afirmou Padilha.
Até o início desta sexta-feira (3), não havia nenhum registro de possível contaminação em cervejas.
De acordo o ministro, em casos antigos envolvendo cervejas adulteradas, como o da cervejaria Backer, a contaminação se deu por falhas no processo de produção, e não em alterações criminosas, como é a suspeita atual. Até a investigação terminar, porém, não é possível afirmar com certeza.
"Naquele caso, você identifica qual o lote da produção. É diferente do processo de adulteração que está se identificando atualmente, que provavelmente foi feito depois da produção dessas bebidas. Alguém adulterou essas garrafas", explicou.
O metanol é um líquido incolor, inflamável e tóxico, usado na indústria para produção de solventes, combustíveis, plásticos e tintas. Não é destinado ao consumo humano, e mesmo pequenas quantidades podem causar danos graves, como cegueira, insuficiência renal, convulsões e até a morte.
Os sintomas iniciais incluem visão turva, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dor abdominal, taquicardia e convulsões. Em casos graves, pode acontecer perda total da visão e coma. Portanto, buscar atendimento médico urgente diante de qualquer suspeita é fundamental para minimizar danos.
As intoxicações foram associadas ao consumo de diferentes tipos de bebidas alcoólicas, gin, uísque e vodca, em ambientes sociais como bares e festas. A Vigilância Sanitária de São Paulo tem reforçado a fiscalização em estabelecimentos para coibir a venda de bebidas sem procedência confiável, com atenção especial para lacres, rótulos e selos fiscais.