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Publicado em 29/09/2025, às 08h54 Foto: Adobe Stock. Sammara Bezerra
Uma pessoa morreu e outras oito foram internadas após uma intoxicação por consumo de alcoólicas adulteradas com metanol. Os casos foram confirmados pela Vigilância Sanitária de São Paulo. Atualmente, dez casos seguem sob investigação.
O cenário é alarmante, já que nove casos foram notificados em apenas 25 dias, um número incomum que acende a luz vermelha para as autoridades.
Entre as vítimas está o estudante Diogo, que relatou cegueira temporária após ingerir gin contaminado com metanol. Ele ficou internado por três dias, mas seu amigo Rafael, que consumiu a mesma bebida, está há quase um mês em coma, com o quadro considerado irreversível pela medicina. Esses casos ilustram a gravidade e o risco real para a população.
O metanol é um líquido incolor, inflamável e tóxico, usado na indústria para produção de solventes, combustíveis, plásticos e tintas. Não é destinado ao consumo humano, e mesmo pequenas quantidades podem causar danos graves, como cegueira, insuficiência renal, convulsões e até a morte.
Os sintomas iniciais incluem visão turva, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, dor abdominal, taquicardia e convulsões. Em casos graves, pode acontecer perda total da visão e coma. Portanto, buscar atendimento médico urgente diante de qualquer suspeita é fundamental para minimizar danos.
As intoxicações foram associadas ao consumo de diferentes tipos de bebidas alcoólicas, gin, uísque e vodca, em ambientes sociais como bares e festas. A Vigilância Sanitária de São Paulo tem reforçado a fiscalização em estabelecimentos para coibir a venda de bebidas sem procedência confiável, com atenção especial para lacres, rótulos e selos fiscais.
A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) emitiu alerta para o risco de surtos epidêmicos, caracterizados por múltiplos casos graves e alta letalidade, destacando que a situação vista em São Paulo é inédita para o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campinas (Ciatox). O órgão considera a situação como um grave problema de saúde pública.
As autoridades recomendam que consumidores adquiram bebidas somente de fabricantes legalizados e chequem a presença de lacre de segurança, selo fiscal e rótulo. Bares, restaurantes e distribuidoras têm a obrigação de garantir a procedência dos produtos que oferecem, reforçando a fiscalização para evitar novos casos.