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Celular demais, dor demais: uso excessivo de telas dispara casos de lesão entre jovens

O uso excessivo de dispositivos eletrônicos está elevando os casos de LER e DORT entre jovens no Brasil, exigindo atenção urgente  |  Reprodução/Freepik

Publicado em 18/07/2025, às 13h25   Reprodução/Freepik   BNews Natal

O uso desenfreado de celulares, computadores e videogames está provocando um aumento preocupante nos casos de LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) entre jovens e adolescentes no Brasil. Antes restritas a adultos em ambientes laborais repetitivos, essas condições agora afetam uma faixa etária cada vez mais jovem.

Postura incorreta e excesso de tempo na tela são gatilhos
Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 15 milhões de brasileiros convivem com DORT e LER. O problema está diretamente ligado à má postura, à ausência de pausas e ao uso prolongado de dispositivos eletrônicos. “Os adolescentes passam horas seguidas segurando o celular de forma inadequada, sobrecarregando punhos, pescoço e ombros. Isso pode resultar em inflamações e dores persistentes”, alerta Luciano Pereira, fisioterapeuta e professor da Estácio.

Os sintomas iniciais costumam ser leves, como formigamento e dormência, mas, se ignorados, podem evoluir para condições mais graves, como tendinite ou síndrome do túnel do carpo. A orientação dos especialistas é clara: quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de reversão do quadro.

Fisioterapia pode evitar consequências crônicas
A prevenção passa por atitudes simples, como fazer pausas regulares a cada 30 minutos, alongar pescoço e braços e manter uma postura adequada. Para quem já sente dores frequentes, o ideal é procurar atendimento especializado. “A fisioterapia e os exercícios corretivos conseguem interromper o avanço da lesão antes que ela se torne incapacitante”, afirma Luciano.

Sedentarismo e sobrepeso intensificam o problema
Estudos recentes mostram que adolescentes sedentários e com sobrepeso são mais propensos a desenvolver distúrbios musculoesqueléticos. A chamada Síndrome do Text Neck — provocada pela inclinação contínua da cabeça ao olhar para o celular — tem alta incidência entre jovens acima do peso ideal. “O excesso de peso pressiona ainda mais as articulações e atrasa a recuperação das lesões”, explica o especialista.

Como forma de prevenção, a recomendação é equilibrar o tempo de tela com atividades físicas. Alongamentos, pilates e fortalecimento muscular são aliados importantes para a saúde postural. “Ter uma rotina ativa e consciente faz toda a diferença”, conclui o fisioterapeuta.

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