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Publicado em 11/08/2025, às 19h41 Câmara vai pautar projetos contra a exploração de menores nas redes sociais - Reprodução Ari Alves
A discussão sobre a “adultização” infantil voltou ao centro do debate público depois que o influenciador Felca Bress denunciou perfis que expõem crianças e adolescentes com pouca roupa, dançando músicas sensuais ou falando de sexo em conteúdos divulgados nas redes sociais. O caso gerou forte mobilização e acendeu um alerta sobre a necessidade de medidas urgentes.
Em uma rede social, o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que o vídeo de Felca chocou e mobilizou milhões de brasileiros. Ele declarou que existem diversos projetos sobre o tema em tramitação na Casa e que a pauta será enfrentada nesta semana. Motta agradeceu ao influenciador e disse que a Câmara vai atuar para reforçar a proteção das crianças.
O influenciador tem usado seus canais para expor contas com milhões de seguidores que exploram a imagem de menores em contextos considerados adultos. O objetivo, segundo ele, é aumentar visualizações e ganhos financeiros, por meio da chamada “monetização” dos conteúdos.
Pressão por mudanças nas redes
Felca defendeu que o público cobre mudanças estruturais nas plataformas para que publicações desse tipo não sejam divulgadas, autorizadas ou monetizadas. Para ele, cortar o retorno financeiro de quem produz esse material é uma forma de acabar com a motivação para mantê-lo online.
O governo federal também se manifestou. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que as empresas de tecnologia precisam ser responsabilizadas e lembrou que elas têm capacidade de identificar a maior parte do que seus usuários publicam. Gleisi afirmou que a internet não pode continuar sendo um espaço sem regras, que serve de instrumento para pedófilos, incitadores de mutilações e suicídios, além de golpistas e criminosos.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, acrescentou que algoritmos de redes sociais estão promovendo conteúdos criminosos envolvendo crianças. Ele reforçou que regulamentar o uso dessas plataformas é uma necessidade civilizatória e criticou quem confunde o combate à pornografia infantil com censura.
O que é a adultização infantil
A chamada “adultização” infantil é definida como a exposição precoce de crianças a comportamentos, responsabilidades e expectativas próprias da vida adulta. Segundo o Instituto Alana, essa prática pode levar à erotização e causar impactos negativos no desenvolvimento emocional e psicológico dos menores.